A localização do estaleiro Promar Ceará, antes apresentada para a enseada do Mucuripe, precisa ser definida até o dia 15 de outubro para que a empresa possa participar da licitação da Transpetro, que apresentará o seu resultado no último mês do ano. De acordo com o presidente da Transpetro, Sérgio Machado, a empresa concorrente deve apresentar na sua proposta de habilitação o local exato de onde os navios serão construídos.
O estaleiro pode ser virtual, mas o local, não, afirmou Machado. A subsidiária aceita os chamados estaleiros virtuais em suas licitações, que são indústrias que existem apenas formalmente, mas ainda não construídas. A PJMR, empresa criadora da Promar Ceará e que irá buscar novos sócios ao empreendimento, só se mobilizará para a construção do estaleiro caso este saia vencedor da licitação, que prevê a construção de oito navios gaseiros. A PJMR é a mesma que liderou a criação do Estaleiro Atlântico Sul, o maior do hemisfério, localizado no complexo industrial de Suape, em Pernambuco. A afirmação de Machado vai de encontro ao afirmado pelo presidente da Agência de Desenvolvimento Econômico do Estado (Adece), Antônio Balhmann, de que a localização do estaleiro só seria definida após o leilão. Já o presidente da PJMR, Paulo Haddad, afirmou, em audiência pública realizada na Câmara Municipal de Fortaleza no último dia 16, que a participação na licitação da Transpetro independe do projeto no Ceará. Sendo assim, a empresa terá até o dia 15 para definir se ficará no Ceará, ou em outro Estado. Os estados da Bahia, Paraíba e Maranhão já se mobilizam para garantir o empreendimento. A instalação do Promar Ceará na ponta da enseada do Mucuripe vem sendo bastante questionada.
A Prefeitura de Fortaleza já se posicionou desfavorável ao empreendimento, por se chocar aos planos previstos pela gestão municipal à área do Serviluz. Os surfistas da praia do Titanzinho, local onde o projeto planeja ser erguido, também são contra o estaleiro no local. Em virtude dessa conjuntura, o Governo do Estado já analisa cinco outras áreas que poderiam abrigar a indústria naval, segundo informou ontem, com exclusividade, o Diário do Nordeste. Segundo Balhmann, as áreas em estudo seriam o Pirambu, em Fortaleza, a foz do Rio Jaguaribe, em Paracuru, Aracati, Camocim e no Porto do Pecém, este em um modelo off shore (fora da costa), mas apontado como inviável por exigir investimentos bastante elevados. A enseada do Mucuripe, entretanto, é apontada por Balhmann como a opção mais viável, por ser a única área já abrigada para o estaleiro.