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Clippings - 18/09/09

Localização de rios e empresas é essencial no comércio exterior

Além da burocracia e da necessidade de adequação ambiental da frota de barcaças – abordadas na primeira parte da reportagem -, existem outras dificuldades para aumentar a participação do transporte aquaviário no Brasil. O vice-coordenador do Grupo de Pesquisa e Extensão em Logística Agroindustrial (Esalq-Log), José Eduardo Holler Branco, avalia que outro grande obstáculo encontrado para o estímulo do transporte aquaviário no Brasil é que não é possível construir linhas aquaviárias onde se deseja. “Você não constrói onde quer. Há lugares com rios adequados e condições adequadas, mas às vezes não estão nos principais polos econômicos do Brasil. A maior parte das vias com condições de navegação está na região amazônica, por exemplo, que ainda não registra grandes fluxos de carga”.

* CNA avalia que o futuro do agronegócio está nas hidrovias
* Transporte hidroviário esbarra em burocracia e adequação ambiental
As autoridades governamentais, diz o pesquisador da Esalq-Log, devem trabalhar no sentido de atrair mais unidades produtivas para as margens das hidrovias brasileiras. Em São Paulo, já há uma série de usinas bem próximas a hidrovias, com a pretensão de movimentar cargas – especialmente commodities. Branco indica que grandes grupos de produção de açúcar, como Cosan e Copersucar, estão com planos de fazer maior uso da infraestrutura hidroviária.
Localização
Com uma variedade indesejável de obstáculos encontrados para o transporte de cargas, a localização de um empreendimento torna-se fundamental na cadeia logística. Com o intuito de se diferenciar no mercado, o Grupo Delta Energia entrará no setor de estocagem e venda de etanol com o trunfo de tanques instalados em Ribeirão Preto (SP), na rota do Porto de Santos, o principal do País. O trader de etanol do Grupo, Eolo Mauro, ressaltou ao PortoGente que a empresa oferecerá alternativa para um mercado que tanto depende da otimização de espaços.
“Com a tancagem a 400 quilômetros do Porto, poderemos servir como um pulmão de Santos, principalmente porque é difícil deixar o etanol no Porto”. Como o Grupo Delta apenas compra e revende energia, não terá o trabalho de movimentar a carga até o Porto. Apesar de ficar de fora dessa “encrenca”, Eolo acredita que os embarcadores irão sincronizar a chegada dos navios em Santos com a retirada do etanol da unidade da empresa no interior paulista, economizando tempo e recursos financeiros.

Empresas apostam em se instalar na rota do Porto de Santos
para atrair clientes e desafogar as áreas na beira do cais
Todo o etanol que ficará armazenado nos tanques da Delta Energia terá como destino obrigatório o exterior, já que a empresa atua como trading de exportação e importação. O executivo acredita que instalações no interior dos estados brasileiros poderão ajudar a diminuir a ocupação nas faixas dos portos organizados, gargalo de muitos portos brasileiros que sofrem com a falta de área para expansão.

O Grupo Delta começará a operar seus tanques com capacidade para 41 milhões de litros em outubro próximo. A perspectiva é acrescentar mais 20 milhões de litros à capacidade operacional em 2010. O investimento em hidrovias é essencial para beneficiar a produção de etanol. Apesar dos planos, Eolo vê dificuldades na inserção do etanol brasileiro nos mercados europeu e norte-americano. “Há uma resistência externa porque os Estados Unidos não vão deixar o combustível, tão estratégico para eles, na mão de outro país. Eles vão procurar se autossustentar e o Brasil, com um preço competitivo, poderá complementar a produção deles”.