“Quando se constrói um navio, não só estamos ampliando nossa atuação, como também estamos gerando cerca de três mil empregos diretos e outros seis mil indiretos”.
A afirmação é do diretor comercial da Log-In, Fábio Siccherino ao tratar do avanço das embarcações da companhia que mantém como parte de seu planejamento estratégico a construção de cinco navios, dois deles já em operação e um terceiro com previsão de estar 100% ativo ainda no primeiro semestre de 2012.
De acordo com o executivo, o último navio da Log-In deve ser lançado em 2014 e operar em 2015. Segundo ele, a companhia está pronta não só para a expansão da cabotagem, mas também para a concorrência, já que, por apostarem em embarcações com a bandeira brasileira, dependendo da demanda, contam com a possibilidade de trazer navios de fora com maior capacidade até que os seus próprios fiquem prontos.
O diretor disse que toda esta ampliação no setor de cabotagem se deve não só a um 2011 bastante positivo, mas também pelo fato de a companhia estar focando neste segmento.
“Eliminamos negócios que não agregavam valor para o grupo, como, por exemplo, quando colocamos à venda uma unidade ferroviária nossa.
Buscamos limpar a casa e dispensamos itens não rentáveis, mas nosso objetivo, sem dúvida, é entregar um serviço de porta a porta”, diz ele sobre os planos da Log-In. “A cabotagem promete se expandir. Prova disso é que esperamos manter nosso avanço em 20%”, diz.
A empresa, que em julho deste ano vai agregar mais um navio em Manaus para implementar mais serviço, aposta nas novas embarcações também, porque, tem registrado a migração de alguns setores para a navegação de cabotagem. “Há uma mudança de modais de alguns produtos, como os segmentos de embalagem, bebida e eletrônicos”, afirma.
Para Siccherino, os investimentos vão dar suporte para que a empresa dê conta do avanço da cabotagem. “Há muito a crescer. Setores onde as cargas se encontram acima de 1.500 quilômetros de distância e a 200 quilômetros da costa tem potencial de migrar para este meio de navegação, bem como a ascensão da classe C deve corroborar com isso, já que amplia o consumo em geral”, avalia.
Para ele, o maior problema, hoje, para esta mudança de modal, já não é mais a questão cultural, mas problemas de conjuntura como burocracia e custos. No entanto, o clima do executivo se mantém otimista: “o cenário está em pronta ascensão.
Aumentamos a participação no setor e conseguimos manter um crescimento de 20% em volume. Somado a isso, está havendo a migração de alguns nichos para este meio de transporte e, este ano, mesmo diante da crise europeia, o mercado interno tem fôlego para assegurar um bom ritmo”, diz.
De acordo com Siccherino, está havendo uma mudança de cultura do brasileiro, acostumado a utilizar o transporte rodoviário, mas é fato que ainda há uma certa resistência por conta da dificuldade de se avançar na burocracia que ainda há na cabotagem. Em contrapartida, as empresas já estão avaliando o custo total do transporte e a cabotagem é ecologicamente mais correta e oferece um menor custo, com um percentual menor de avarias e roubos, acredita.
Novidade
Uma das novidades que a companhia – que completa cinco anos de existência – apresenta é que, a partir de agosto, passará operar seu novo serviço Costa Norte, ou seja, a rota ligará o Pará e Maranhão aos principais portos do Brasil e Mercosul.
A empresa será a única brasileira a oferecer o serviço de cabotagem nesses estados. Com frequência quinzenal, o novo serviço será feito pelo navio Log-In Pantanal, que tem capacidade para transportar até 1.700 TEUs. Além de Itaqui (MA) e de Vila do Conde (PA), a rota Costa do Norte passará também pelos portos de Suape (PE) e Fortaleza (CE).
Resultado
A companhia tem motivos para se manter otimista quanto ao crescimento em 2012. Somente nos três primeiros meses deste ano, a Log-In transportou 34.900 Teus e o segmento de cabotagem foi o que apresentou o crescimento mais rápido.
A receita de sua divisão de contêineres chegou a R$ 89 milhões. No mesmo perãodo no ano passado, essa soma fora de R$ 76,3 milhões. Ao todo, a receita da divisão de contêineres chegou a R$ 89 milhões e, recentemente, a companhia também se envolveu no segmento bulk, trem, logística e serviços de terminais, registrando um lucro líquido de R$ 2,4 milhões, contra R$ 8,8 milhões entre janeiro e março de 2011.
Até 2013, a Log-In investirá R$ 1,4 bilhão na expansão da capacidade de sua malha intermodal, apostando não só na aquisição de embarcações, como também na expansão de terminais portuários e terrestres.
Perfil
Com uma frota que, até 2014, deverá contar com cinco navios próprios, a empresa, hoje, viaja com uma ocupação de 70 a 75% no sentido norte e 50% no sentido sul.
Sua movimentação na cabotagem atingiu 81.831 toneladas no ano passado, um número superior ao de 2010, quando registrou-se 68.090 toneladas, o que representou um crescimento de 20,2%.
A Log-In Logística Intermodal é uma empresa que oferece soluções de logística no transporte intermodal no Brasil e no Mercosul. Responsável por administrar e operar um terminal portuário de contêineres, oferece, ainda, serviços logísticos com base na navegação costeira e transporte ferroviário.
Possui, também, terminais terrestres intermodais para movimentação e armazenagem de cargas, complementando seus serviços com transporte rodoviário de curta distância, além de oferecer serviços de planejamento e gestão logística para outras companhias.