O presidente da República participa de cerimônia em Angra dos Reis, no Rio, para lançar o segundo edital do Programa de Renovação e Ampliação da Frota do Sistema Petrobras (TP 25). A concorrência vai ser dividida em dois lotes e uma mesma empresa não pode vencer os dois

O presidente Lula vai aproveitar um só evento em Angra dos Reis (RJ), nesta segunda-feira, 17, para lançar duas iniciativas do governo e da Petrobras. Uma delas marca a entrada da Transpetro, subsidiária de logística da estatal, no negócio de amônia. A empresa tem reforçado a intenção de retomar presença no mercado de fertilizantes, que utiliza o produto como insumo, e também de se aproximar do setor agrícola.
Hoje, Lula divulga ao mercado o segundo edital de licitação do Programa de Renovação e Ampliação da Frota do Sistema Petrobras (TP 25), para a aquisição de oito navios gaseiros, e vai participar da assinatura de protocolos de intenção para o reaproveitamento de plataformas da estatal que estão em fase de desmobilização. A inserção da Transpetro no mercado de amônia faz parte da primeira iniciativa.
Ao lado de Lula, na cerimônia, a partir das 11h, vão estar o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin; o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira; a presidente da Petrobras, Magda Chambriard; e o presidente da Transpetro, Sérgio Bacci. O evento acontece num momento em que pesquisas demonstram uma piora na avaliação da gestão de Lula pela população.
No governo, o programa de renovação da frota da estatal é tratado como uma âncora de desenvolvimento, geração de emprego e renda, assim como foi o Programa de Modernização e Expansão da Frota (Promef), lançado no primeiro mandato do petista.
Dessa vez, a Transpetro planeja construir 25 navios e tem incentivado o conteúdo local, com a oferta, principalmente, de taxas de juros diferenciadas no financiamento do Fundo de Marinha Mercante (FMM) para a empresa que privilegiar a indústria brasileira. A primeira licitação foi concluída em novembro do ano passado, com a contratação de quatro embarcações de classe handy ao consórcio formado pela Ecovix e MacLaren.
O TP 25 prevê a aquisição de navios de cabotagem, incluindo gaseiros e unidades de médio porte, além dos handy do primeiro edital. Ao todo, a Petrobras planeja construir 16 navios, como informou em seu planejamento estratégico.
Os oito da licitação lançada pela Transpetro nesta segunda-feira vão ter capacidades de 7 mil, 10 mil e 14 mil m3. Essa contratação vai triplicar a capacidade da empresa de transportar GLP e derivados e vai permitir o transporte de amônia.
A ampliação da frota de gaseiros, de seis para 14 navios, acompanha a expectativa de crescimento do mercado de gás natural, de acordo com a Petrobras. Além disso, a estatal precisa atender à demanda na costa brasileira e na navegação fluvial. Com as contratações, a capacidade da empresa de transportar o insumo vai passar de 36 mil para até 108 mil m3.
A concorrência foi dividida em dois lotes, que não podem ser vencidos pelo mesmo estaleiro ou consórcio. Um deles é para a compra de cinco navios – três embarcações de 7 mil metros cúbicos e duas de 14 mil metros cúbicos de capacidade. Esses gaseiros vão ser do tipo pressurizado, destinados ao transporte de GLP e derivados.
O outro é para a construção de três navios com capacidade de 10 mil metros cúbicos, do tipo semi refrigerado. Como diferencial, essas embarcações também vão poder carregar amônia, que não é transportada, atualmente, pela Transpetro. “A entrada dessas novas embarcações possibilitará a ampliação da carteira de serviços da companhia”, afirmou a empresa em nota divulgada pela assessoria de imprensa.
As empresas interessadas têm o prazo de 90 dias para apresentar propostas. O primeiro navio deve ser lançado em até 30 meses após a formalização do contrato. Os demais devem ser entregues sucessivamente a cada seis meses.
Segundo a Petrobras, os futuros gaseiros vão ser até 20% mais eficientes em termos de consumo, vão propiciar uma redução de 30% nas emissões de gases do efeito estufa e vão estar aptos para atuar em portos eletrificados.
“A expectativa é que essas iniciativas impulsionem a geração de empregos e ampliem a participação da indústria brasileira no setor naval e offshore. A contratação dos gaseiros que anunciamos hoje está em linha com nossos esforços para renovação e ampliação da frota da Transpetro e com o aumento gradativo da nossa produção de gás natural. Além disso, vai proporcionar menor exposição aos afretamentos”, afirmou Chambriard, na nota.
Já Bacci disse que o TP 25 vai “consolidar a Transpetro como maior armador brasileiro no transporte de gás, fortalecendo a companhia em um segmento que possui grande importância para o Sistema Petrobras e para todo o Brasil”.
Fonte: Revista Portos e Navios