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Clippings - 06/01/25

Maersk anuncia investimentos em eletrificação de portos no Brasil como parte da agenda de descarbonização

A empresa compromete-se a reduzir emissões em 70% até 2030 e a atingir neutralidade de carbono até 2040, destacando a necessidade de infraestrutura portuária moderna e incentivos governamentais.

Durante participação no podcast Conecta Infra, Ana Carolina Estevão, head de direito e política da concorrência para a América Latina na A.P. Moller – Maersk, destacou os avanços da empresa na descarbonização dos portos brasileiros. Com metas ambiciosas de redução de emissões, a companhia já investiu globalmente em tecnologias e anunciou novos projetos no Brasil, reforçando o compromisso com práticas mais sustentáveis no setor portuário e logístico.

A Maersk estabeleceu metas de neutralidade de carbono até 2040 e redução de emissões em 70% até 2030. Para tanto, investe em equipamentos eletrificados e combustíveis limpos, como o metanol verde. No Brasil, a empresa já adquiriu três RTGs totalmente eletrificados para terminais locais e anunciou um investimento de US$ 1,6 bilhão no desenvolvimento do primeiro terminal 100% eletrificado na América Latina, o SWAP.

Segundo Estevão, o setor enfrenta desafios como a falta de padronização global para baterias e combustíveis, além da necessidade de uma infraestrutura portuária mais robusta, como dragagens adequadas e fontes de energia renováveis. Tecnologias como o shore power, que permitem aos navios conectarem-se à energia elétrica ao atracar, já disponíveis em navios da Maersk no Brasil, ainda aguardam implementação nos terminais nacionais. A executiva reforçou a necessidade de incentivos financeiros e regulatórios para fomentar a descarbonização no Brasil.

“Iniciativas como redução de valores de outorga ou condições especiais para operadores e navios que utilizam tecnologias limpas seriam fundamentais para atrair investimentos e manter a competitividade do país no comércio global”, afirmou.

A modernização dos portos pode evitar a perda de competitividade brasileira no cenário internacional, além de gerar benefícios sociais como redução de ruídos, maior segurança para trabalhadores e diminuição de acidentes. A indústria exportadora, por exemplo, depende diretamente de uma logística sustentável para cumprir compromissos de baixo carbono. Para alcançar uma descarbonização ampla e efetiva, Estevão destacou a necessidade de um esforço conjunto entre setor privado, governos e organizações internacionais. “Ninguém consegue descarbonizar sozinho”, concluiu.

Fonte: Revista Portos e Navios