unitri

Filtrar Por:

< Voltar

Clippings - 24/02/11

Maersk Line prevê escassez de equipamentos reefer

Baixa importação de carga frigorífica causa falta de contêineres no Brasil.

O mercado reefer enfrenta a conjunção de dois problemas: o alto índice de sucateamento da frota de navios frigoríficos específicos e a escassez de contêineres para substituí-los, ao passo que o consumo global e a produção alimentícia continuam a aumentar a uma taxa anual de 4% até 2015. Durante 2010 nós vimos situações em que as transportadoras foram incapazes de atender a demanda conteinerizada ao redor do mundo. Por isso nossa expectativa é de que também neste ano vamos ver exemplos nos quais a demanda pode superar a oferta, afirma o diretor-geral da Maersk Line no Brasil, Peter Grangaard Gyde, em entrevista ao Guia Marítimo.

Muitos operadores de navios frigoríficos convencionais descartaram as unidades mais antigas e menos eficientes, enquanto que os armadores de porta-contêineres não substituíram suas frotas de equipamentos reefer, em um esforço para reduzir os custos, pontua Gyde. Com este cenário, a oferta de recipientes tende a cair e a escassez de equipamentos no Brasil é uma possibilidade. Já não é suficiente ter navios de grande porte com muitas tomadas reefer, você também precisa de recipientes para carregar nos locais certos. O Brasil não é um lugar fácil para conseguir estes equipamentos, pois há pouca importação de reefers. Portanto, muito dinheiro é gasto em trazer as embalagens vazias para o País.

Segundo Gyde, as transportadoras estão constantemente avaliando se é mais rentável enviar os equipamentos para o País ou para outras áreas nas quais os custos podem ser mais baixos e angariar renda maior. Anteriormente, o armador informou que os trades com a costa leste da América do Sul registraram as maiores quedas das taxas no mercado de cargas refrigeradas, com redução média de US$ 1.000,00 por contêiner. Percentualmente, o tombo foi de aproximadamente 30% sobre os valores originais. Em 2010, houve uma recuperação dessas taxas, mas ainda não nos mesmos níveis apresentados antes de 2009.

O executivo ressalta a possibilidade de uma escassez de contêineres e acredita que os transportadores devem priorizar as localidades que geram maiores lucros. A partir do segundo trimestre deste ano, esperamos um aumento das taxas de frete com base em uma oferta ainda maior em relação à demanda. Isto é necessário para recuperar os custos decorrentes de afretamentos de navios, preços de combustível durante a baixa temporada. Isso sem mencionar as taxas portuárias no Brasil, que continuam a aumentar para níveis muito mais elevados do que em outros países, conclui.