Com o maior complexo portuário da América Latina em tamanho, o Espírito Santo movimenta mais de 25% da carga nacional. O Estado abriga sete portos: Vitória, Tubarão, Praia Mole, Ubu, Regência, Barra do Riacho e Porto Norte Capixaba.
Além disso, há oito terminais e quatro estações aduaneiras interiores que recebem, anualmente, mais de 2 mil navios de rotas internacionais. Em 2010, os portos do Estado bateram recordes de divisas e de movimentação de cargas: foram quase 160 milhões de toneladas. Em números absolutos, US$ 33 bilhões de dólares.
Só no Porto de Vitória, o movimento de cargas cresceu 41% em 2010: o melhor desempenho do país. Cerca de 10% do PIB brasileiro passa pelo complexo portuário capixaba. Três em cada dez produtos exportados saem pelo Estado e mais de 16% das mercadorias importadas entram pelos portos do Espírito Santo.
Em geral, as embarcações partem rumo a Europa, Ásia, África e diversas outras partes do mundo. “O Porto de Vitória está cada vez mais ampliando o seu intercambio internacional, o que contribui para o nosso crescimento”, comentou o presidente da Codesa, Angelo Baptista.
O Porto de Vitória é o mais antigo do Estado e tem capacidade para receber navios carregados com até 75 mil toneladas de carga. O início das atividades foi em 1870 com a exportação de café. Desde então, muita coisa mudou, inclusive o tamanho dos navios.
Para quem vê no transporte marítimo a chance de ganhos ou o risco de prejuízos, há dois projetos importantíssimos para manter a economia do Estado e do País no rumo certo: a dragagem do Porto de Vitória e a construção do super porto.
A dragagem do Porto de Vitória está orçada em R$ 108 milhões e as obras ainda não começaram. O professor e economista Antônio Marcos Machado acredita que a demora coloca em risco a competitividade do Estado e do País.
“Os navios têm um custo muito grande de seguro e cada vez que o risco aumenta a carga fica mais cara de ser transportada. Tem que fazer esse investimento para manter pelo menos o movimento e a clientela que tem hoje”, explicou.
Em relação à construção do porto de águas profundas, o professor acha que essa pode ser uma das saídas para que o Estado não perca ainda mais negócios. “Os outros portos ficam mais baratos, mais competitivos e o armador e o empresário que movimenta os navios querem saber disso: preço baixo e qualidade alta”, acrescentou.
A expectativa é de que as obras do super porto comecem em 2013 e do super porto entre em operação no final de 2015. Enquanto espera, a iniciativa privada fez investimentos para garantir mercado.
O Porto de Tubarão, operado pela Vale, é o maior exportador de minério de ferro do mundo. Mais de 60% de todos os produtos movimentados nos portos capixabas saíram de tubarão. Em média, 1.100 navios passam por ano pelo porto que, em 2010, movimentou 18 milhões de toneladas de produtos.
Outros três portos importantes para o Estado são administrados pela iniciativa privada: os portos de Ubu, Praia Mole e de Regência. O Porto Norte Capixaba é o mais recente do Estado e é administrado pela Petrobras. Localizado em Aracruz, litoral Norte do Espírito Santo, o terminal especializado de Barra do Riacho, o Portocel, é um terminal privativo dentro de um porto público e conta com uma área de mais de 500 mil m².
Ele é o único terminal do Brasil especializado na movimentação de produtos florestais. Em 2010, 5,6 milhões de toneladas de celulose saíram do local, o que representa 70% de toda a produção exportada no País.
“Além disso, temos autorização para trabalhar com produtos siderúrgicos, granito, peróxido de oxigênio, sulfato de sódio e outros produtos”, afirmou o superintendente do porto, Wellington Giacomin.
No país que tem um dos mais extensos litorais do mundo, a cabotagem pode fazer toda a diferença. É o caso do Terminal de Vila Velha, o mais movimentado do setor. Entre os produtos mais exportados estão o aço, produtos químicos e cerâmica. No ano passado, só com a cabotagem a movimentação foi de mais de 1.900 contêineres.
Apesar da vantagem da localização privilegiada, o Estado ainda precisa resolver alguns gargalos. “Um dos principais gargalos são as questões portuárias, as questões que dependem diretamente de investimentos públicos e acredito que a nível de incentivo”, disse o gerente comercial da Login no Espírito Santo, Júlio Lourenço.
A reportagem faz parte da série especial Espírito Santo: Os Melhores Caminhos Para o Desenvolvimento do Brasil, que é exibida pela TV Vitória/Record. Ao longo desta semana, os telespectadores poderão conferir várias reportagens sobre a infraestrutura capixaba com assuntos como portos e aeroportos.