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Clippings - 18/02/13

Maré de novos portos.

Costa Azul. Porto do Forno, em Arraial do Cabo, será usado pela Triunfo como apoio para as atividades do pré-sal. O empreendimento deve enfrentar dificuldades de licenciamento ambiental para a expansão de suas atividades.
No porto da capital, estão previstos investimentos de R$ 1,5 bilhão para novo terminal, que dobrará a capacidade atual com o uso das ilhas da Baía de Guanabara.
O Rio está prestes a ganhar quatro portos, que somarão investimentos de cerca de R$ 9 bilhões. Os novos terminais em Macaé, Maricá e no Rio – além da retomada do Porto do Forno, em Arraial do Cabo – têm como principal motivador a exploração do petróleo do pré-sal. Com inaugurações previstas para 2015 e 2016, os empreendimentos já têm encaminhado o processo de licenciamento ambiental. O maior
risco, dizem especialistas, está justamente no projeto mais adiantado, em Arraial do Cabo, parceria entre a Triunfo Logística e a FB Operação Portuária, que começa sob nova gestão ainda neste mês. Localizado em
uma área de preservação e entre algumas das mais belas praias do Brasil, o terminal pode sofrer restrição a ampliações.
O Porto do Forno já existe e conta com licenciamento ambiental, porém ele está quase inutilizado. Em dezembro, a Triunfo fez um acordo com a operadora local, para retomar as operações do local por 60 meses.
No começo de fevereiro veio o primeiro contrato: o terminal venceu uma licitação de R$ 2 milhões da Petrobras, para o recebimento e a manutenção de um equipamento de uma plataforma de petróleo (flare, espécie de chaminé). O grupo espera ampliar sua movimentação para até 60 atracações por mês – ou o equivalente a 20% da movimentação do terminal da empresa no Porto do Rio. Para isso, investirá R$ 10milhões no local, ou o equivalente a 20% do total investido pela Triunfo em 2012. A empresa ainda estuda a ampliação, inclusive com o uso de barcas para prolongar o berço do local, de cerca de 200 metros. O principal
objetivo é servir de base de apoio para a exploração do pré-sal: – Teremos um porto para o offshore , e pretendemos fazer aqui até um posto de abastecimento para outras
embarcações. Queremos fazer do Porto do Forno uma espécie de Posto BR do pré-sal – disse Bruno Oliveira e Sá, diretor de Desenvolvimento da Triunfo.
O número de funcionários do porto passará de 33 para 120, em breve. Sá diz o terminal já conta com licenciamento ambiental que permite a atividade.
Mas não será tão fácil construir na região. Um estudo de três meses, que envolveu quatro secretarias, dividiu o litoral fluminense em seis áreas para a exploração do petróleo. Em duas delas a construção de portos é incentivada: em Maricá e entre Macaé e a divisa com o Espírito Santo. Em outras duas regiões, novos
terminais e ampliações de portos são vistos com ressalva: nas baías de Guanabara e Sepetiba. Nos últimos dois locais é onde justamente novos portos estão proibidos: na Costa Verde (Angra dos Reis) e na Costa Azul (Região dos Lagos), onde serão mantidos apenas os portos já existentes.
– A região de Arraial do Cabo é muito complexa, há uma reserva federal, o fenômeno da ressurgência marinha e várias praias protegidas pelo estado. Mas entendemos que o porto pode ser importante, por isso defendi, quando ministro, o licenciamento do Forno, mas apenas para atividades de apoio, pesca e turismo. O porto não pode movimentar uma gota de óleo e de materiais químicos, isso é vetado, não pode ter um posto de abastecimento. E qualquer ampliação, mesmo para as atividades permitidas, é muito complexa – afirmou Carlos Minc, secretário estadual do Ambiente.
Já o Porto de Maricá, cujo licenciamento ambiental deve ser aprovado com celeridade, está orçado em R$ 5,4 bilhões. Fontes do setor afirmam que a proximidade com o Comperj, do qual está distante apenas 35 quilômetros, é um dos seus principais atributos. O uso do porto pela Petrobras é dado como certo. Já existe
um acordo para a utilização do terminal para uma rota de gás, embora a estatal e a DTA Engenharia, que cuida do empreendimento, neguem.
– Já há um financiamento aprovado como prioridade pelo Fundo de Marinha Mercante, no valor de R$ 1,04 bilhão, para a construção, no local, de um grande estaleiro especializado em reparos navais – afirma João Acácio Gomes de Oliveira Neto, presidente da DTA.
Em Macaé, o projeto de R$ 2 bilhões da Queiroz Galvão também está avançando, apesar de a empresa não comentar o empreendimento. Esse porto seria em alto-mar, a 2,5 quilômetros da costa, ligado ao bairro do Barreto por uma ponte. Com cerca de 900 atracações mensais, o porto terá o dobro da capacidade do terminal da Petrobras na cidade – que também estuda ampliá-lo em 20%.
E o pré-sal movimenta também o Porto do Rio. Debatida desde 2008, a construção do porto-ilha, diante dos atuais terminais, deve virar realidade em breve, porém ainda não há prazo. Orçado em R$ 1,5 bilhão, o projeto prevê o uso das ilhas de Pombeba e Santa Bárbara, diante do terminal.
– Esse projeto é a única grande expansão possível para o Porto do Rio, integra-se com o Porto Maravilha e traz até vantagens ambientais, uma vez que a ampliação das ilhas de areia e argila melhoraria a circulação de águas na baía – afirmou Delmo Pinho, da Secretaria Estadual de Transportes, lembrando que a área nova é
maior que a atual do porto.