Fortaleza/ São Paulo – Muito além das recentes disputas por espaço entre gigantes da hotelaria brasileira, o setor de turismo náutico também vem correndo atrás de uma fatia maior do mercado. O setor, que movimentou R$ 1,3 bilhão apenas em cruzeiros na temporada 2010/2011, demanda uma injeção na casa dos R$ 5,6 bilhões para reestruturar vias náuticas e construir mais marinas, com o objetivo de receber mais barcos e iates vindos da Europa e das Américas.

Hoje há uma demanda grande de iates e barcos europeus que passam por aqui e não param por não haver infraestrutura adequada, diz Calbert Martins Filho, secretário nacional do programa de desenvolvimento do turismo, órgão ligado ao governo federal.

Para Ricardo Moesch, diretor do Departamento de Estruturação, Articulação e Ordenamento Turístico do Ministério do Turismo (MTur), o Brasil precisa investir mais na exploração das vias navegáveis do País: 60% do trajetos indutores são em portos internos ou marítimos, o que demonstra a potencialidade do Brasil. De acordo com ele, o País tem capacidade de aumentar suas vias navegáveis de 13 mil para 54 mil km.

Este ano a BR Marinas, dona de dois complexos náuticos em Angra dos Reis (RJ), deverá investir R$ 58 milhões na área.

O bom desempenho do turismo náutico já vem sendo sentido principalmente pelo aumento de passageiros. A temporada de cruzeiros encerrada no dia 22 de maio transportou o volume recorde de 792,7 mil clientes na costa brasileira, o que compõe um aumento de 10% sobre a temporada anterior, e movimentou R$ 1,3 bilhão, segundo dados da Fundação Getúlio Vargas (FGV).