Tatiana Prazeres, secretária de Comércio Exterior do MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior), alertou Guilhermo Moreno, secretário de Comércio Interior da Argentina, para a necessidade de que a Argentina adote providências que normalizem o fluxo comercial entre os dois países.
Segundo levantamento do MDIC, com base nos dados do Indec (Instituto Nacional de Estatística e Censos da Argentina), órgão oficial do governo argentino, de janeiro a setembro deste ano, as exportações brasileiras para o país vizinho caíram 19,4% em relação ao mesmo perãodo de 2011, enquanto, no mesmo comparativo, as vendas dos demais mercados que exportam para a Argentina tiveram retração de 3,4%.
“É necessário levar em consideração os efeitos da crise econômica internacional, que provoca uma redução da demanda, mas, ainda assim, setores exportadores brasileiros se queixam de dificuldades operacionais injustificadas para realizar suas vendas para a Argentina”, disse a secretária.
Em fevereiro deste ano, o governo argentino estabeleceu um mecanismo adicional para o controle de suas importações – a DJAI (Declaração Juramentada Antecipada de Importação). Segundo o relato de exportadores brasileiros, a demora na concessão desta declaração vem atrapalhando o fluxo das vendas e dificultando a previsibilidade das operações.
Tatiana avaliou que, após reunião realizada no final de junho deste ano, em Mendoza, na Argentina, o comércio apresentou melhoras. No entanto, os obstáculos às vendas de setores brasileiros contribuíram para a perda de participação de mercado (market share) de 3,6%, segundo o levantamento do MDIC, comparando-se os nove primeiros meses de 2011 e o mesmo perãodo de 2012.