O mercado marítimo tem questionado a competitividade dos navios kamsarmaxes, uma das unidades mais populares encomendadas neste ano, normalmente empregadas para embarcar grãos e minerais em viagens de curso longo do Atlântico para a Ásia.
Com cerca de 82 mil dwts (deadweight tons), os kamsarmaxes são um pouco maiores do que os cargueiros panamax, mas ainda possuem as dimensões adequadas para transitar através do canal do Panamá.
Aparentemente, a classe de embarcações consumiria mais combustível do que as unidades panamax, o que configura uma desvantagem para os afretadores em virtude dos maiores custos, de acordo com fontes do mercado marítimo.
Há 86 kamsarmaxes em atividade no trade atualmente, e mais 381 unidades estão encomendadas, de acordo com a corretora Clarksons. Alguns graneleiros post-panamax de 90 mil dwts também foram encomendados, mas estes provavelmente não cumprirão a restrição geral de 229 metros do porto de Kansar – complexo portuário que deu nome às novas embarcações.
A demanda para o transporte de grãos agrícolas para a China – principal carga movimentada pela classe de embarcações – está crescendo rapidamente, de acordo com a Braemar Seascope. Em 1993, as importações para o território chinês estavam em 10 milhões de toneladas, mas espera-se que o montante eleve-se para 70 milhões em 2010, como reflexo da maior procura por proteína para alimentação de animais e a adição de carne bovina em substituição aos peixes na dieta diária do país.
Quando as restrições do canal panamenho forem implementadas em 2014, as unidades de maior capacidade serão ainda mais utilizadas para transporte de carvão da Colômbia para China e minério de ferro do Brasil para a Ásia, assim como granéis do golfo dos EUA.