A presidente da Associação Brasileira de Terminais e Recintos Alfandegados (Abtra), Agnes Barbeiro, abriu o verbo, no almoço de comemoração dos 20 anos da associação. Disse que a Secretaria Especial de Portos (SEP), por estar dragando 17 portos, com gasto de R$ 1,5 bilhão – entre eles Santos e Rio – permitirá que o Brasil possa receber grandes navios porta-containeres, como já ocorre nos países desenvolvidos. Lembrou que o ministro Pedro Brito despolitizou o comando dos portos, trocando indicados políticos por técnicos.
– Após as eleições, a SEP tem de continuar e até virar um ministério. O trabalho feito a favor dos portos não pode parar, pois o Brasil movimenta 98% de seu comércio externo pelo mar, ao contrário do que ocorre com certos países europeus, que, por terra, alcançam grandes parceiros comerciais – disse Agnes.
Chegando aos 20 anos, a Abtra, composta por 17 associados, está ajudando a implantar o Banco de Dados Comum de Credenciamento (BDCC) de pessoas e veículos do Porto de Santos. Segundo Agnes, a SEP prestou outro grande serviço ao país, ao definir com precisão o marco regulatório dos portos, com regras claras e transparentes, permitindo segurança institucional para investir.
Com o avassalador aumento na movimentação de carga conteinerizada no fim dos anos 80, o primeiro Terminal para Contêineres (Tecon) do Porto de Santos, que na época possuía a capacidade de movimentar 144 mil unidades por ano, foi estrangulado. Para desatar este nó logístico, os empresários do setor implantaram a primeira grande modernização: a criação dos chamados Terminais Retroportuários Alfandegados (TRAs). Essa conquista só foi possível devido à aquisição, junto a Alfândega, da permissão para armazenar contêineres sob regime aduaneiro em terrenos de retroárea. Nessas novas áreas alfandegadas o tempo previsto para a “desconteinerização” das cargas foi reduzido de 60 dias para apenas 24 horas. Esta agilidade representou uma mudança brutal para a logística do comércio exterior brasileiro. A eficiência das operações impulsionou o surgimento de novos TRAs, enquanto a necessidade de padronizar processos e organizar o setor se tornou iminente. Nasceu então a ABTRA.
As empresas associadas são: Columbia, Companhia Bandeirantes, Deicmar, Grupo Libra, Grupo Localfrio, Grupo Rodrimar, Marimex, Mesquita, Multiterminais, NST, Rocha Top, Santos Brasil, Suata, Tecondi, Termares, Transbrasa e Usiminas.