O governo federal investirá entre R$ 1,3 bilhão e R$ 1,5 bilhão no Porto de Santos até 2014, por meio do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). O anúncio foi feito pelo ministro dos Portos, Leônidas Cristino, que esteve em Santos nesta quinta-feira (25), durante a abertura do ‘Santos Export 2011 – Fórum Internacional para Expansão do Porto de Santos’.

Os recursos, segundo Cristino, serão liberados de acordo com as licitações abertas para as obras de infraestrutura. A importância do Porto foi destacada pelo ministro como fator de garantia para a liberação dos investimentos. “O Porto de Santos tem que continuar sendo referência para a América Latina e para o mundo”, disse.

Esforços Para o ministro, o setor privado reconhece as garantias do governo federal para o desenvolvimento do Porto e prova disso são os investimentos, em torno de R$ 5 bilhões, previstos para os próximos anos no setor. “Estamos somando esforços, o governo federal, as prefeituras e a iniciativa privada. Os empresários sentem segurança nas garantias do governo. E todos trabalham juntos”. Mão de obra Outro ponto destacado por Cristino são os investimentos em qualificação de mão de obra, que já estão sendo realizados na região. Segundo ele, o governo federal também irá complementar os investimentos na área de qualificação para garantir eficiência no serviço dos portos. “Precisamos unir nossas forças para engrandecer o Brasil. O sistema portuário vai responder positivamente”. Mais planos para a região Em outra mesa-redonda da ‘Santos Export 2011’, no perãodo da tarde desta quinta-feira (25), foram debatidas novas ideias, como um centro de negócios e aeroporto em Praia Grande – o ‘Complexo Empresarial de Andaraguá’ –, e um trem expresso regional de passageiros que ligaria São Paulo a Santos, por traçado que ainda será estudado (apesar dos problemas ambientais que já dificultam a ampliação das atuais vias férreas de carga). No mesmo encontro, foram mostradas as grandes necessidades da Petrobras em termos de uma indústria naval de apoio à Bacia de Santos, oportunidade de negócios que vem sendo perdida pelo empresariado paulista. Petrobras O gerente geral da Unidade de Operações de Exploração e Produção da Bacia de Santos, da Petrobras, José Luiz Marcusso, citou que a produção na Bacia de Santos deve superar os 2 milhões de barris até o final desta década: “Temos 17 sondas perfurando e mais de 250 barcos de apoio, e a previsão é de chegarmos a 40 sondas e 600 barcos de apoio até 2020. Mais que produzir, precisamos de bases logísticas para atender às plataformas. Serão duas, em Itaguaí [RJ] e Guarujá [ocupando parte da área da Base Aérea]. O primeiro prédio da sede da empresa deve estar concluído em fins de 2013, e com os outros dois projetados para o bairros santista do Valongo, teremos mais de 6 mil pessoas trabalhando ali, afora outras 15 mil em outras empresas vinculadas ao setor”, disse Marcusso. Segundo o gerente geral observou, a Petrobras tem grande necessidade de apoio da indústria naval, e esta é uma oportunidade de negócios que os paulistas estão deixando para o Rio de Janeiro e Pernambuco. Oferta Neste sentido, o secretário cubatense de Emprego e Desenvolvimento Sustentável, Benito Gonzalez, que representava a prefeita Márcia Rosa (PT), lembrou que em Cubatão existe um espaço importante, junto a uma siderúrgica produtora do aço naval e a uma refinaria, com acesso marítimo direto, que pode ser usado para a instalação de empresas de construção e reparo naval, com emprego intensivo de mão-de-obra especializada existente na cidade. Em mesa redonda, Paulo Alexandre fala sobre transporte e qualificação A ‘Santos Export 2011’ também contou com debates entre empresários do setor e secretários do Estado. Entre eles, Paulo Alexandre Barbosa, titular da pasta de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia. Um dos investimentos importantes que devem ser realizados, na opinião dele, é no setor de transportes. Barbosa revela que menos de 5% do transporte de cargas realizado pelo Porto de Santos utiliza ferrovia e hidrovias. “O Estado precisa investir na diversificação de modais ferroviários e hidroviários para que possamos garantir o escoamento da produção do Porto de Santos”, lembrou. Mão de obra Na mesa-redonda ‘O Porto de Santos não pode parar: como resolver a questão da infraestrutura e multimodalidade?’, o secretário defendeu a qualificação da mão de obra portuária como forma de eliminar um dos maiores gargalos do Porto: a falta de qualificação. Debatedores O debate foi mediado pelo comentarista da Globo News, George Vidor, e teve como debatedores o diretor da Antaq, Pedro Brito; o presidente da Codesp, José Roberto Correia Serra; o diretor titular Adjunto do Departamento de Infraestrutura da Fiesp, Pedro Francisco Moreira; e o presidente do CAP (Conselho de Autoridade Portuária) e secretário de Assuntos Portuários de Santos, Sérgio Aquino. Capital humano Barbosa destacou a importância do trabalhador portuário no desenvolvimento do cais santista. “Um dos maiores patrimônios do Porto de Santos é a sua inteligência e a força do trabalho, o capital humano. O Governo do Estado não tem medido esforços para ampliar a capacitação profissional na Baixada Santista”, disse. USP O secretário citou a instalação do campus da USP na Vila Mathias, em Santos, que terá inicialmente os cursos de graduação em Engenharia de Petróleo, especialização semipresencial em Ética, Valores e Cidadania na Escola e mestrado em Sistemas Logísticos. As inscrições para os interessados em concorrer a uma das vagas do curso de Engenharia de Petróleo podem ser feitas a partir deste sábado (27), pelo site www.fuvest.com.br. Via Rápida Ele citou ainda o Via Rápida Emprego, programa lançado em julho, com o objetivo de oferecer capacitação profissional gratuita, por meio de cursos de curta duração. São mais de 130 opções de cursos e 30 mil vagas, distribuídas em mais de 400 municípios.

No próximo ano, o programa será ampliado e deverá atender mais 125 mil cidadãos. Indicar matéria a alguém voltar para página anterior