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Clippings - 20/07/09

Mittal consegue alívio para dívida de US$ 26 bilhões

A ArcelorMittal conseguiu um alívio em suas dívidas de US$ 26 bilhões, depois que banqueiros concordaram em afrouxar os termos do seu cronograma de pagamentos. Os acordos foram feitos com vários consórcios de bancos que emprestaram dinheiro à maior companhia siderúrgica do mundo nos últimos anos. Os novos acordos vão reduzir as preocupações com um possível default da companhia nas condições desses pagamentos.

A ArcelorMittal disse, na sexta-feira, que chegou a um acordo com banqueiros para uma alteração nos contratos de linhas de crédito avaliadas em US$ 31 bilhões, sendo que nem todas elas estão sendo usadas. As mudanças nos contratos se aplicam a uma linha de crédito específica de ? 17 bilhões e dois acordos de empréstimos parecidos que somam US$ 7,2 bilhões. O principal piloto da companhia é o bilionário indiano Lakshmi Mittal, seu principal acionista e presidente do conselho de administração.

Desde 2001, a companhia vem crescendo vigorosamente, ajudada por uma série de fusões audaciosas, sendo que a maior delas foi a oferta hostil pela Arcelor, de Luxemburgo, por ? 26,9 bilhões (US$ 37,2 bilhões) em 2006. A Arcelor era na época a segunda maior companhia de aço do mundo.

Entretanto, desde o ano passado, a companhia vem tendo problemas, resultado de uma grande queda na demanda mundial por aço. Este ano, o consumo mundial do metal deverá cair cerca de 20%, fazendo de 2009 o pior ano do setor desde a década de 1940, em termos de queda na demanda.

A ArcelorMittal reduziu em cerca de 40% a produção no primeiro semestre do ano e fechou temporariamente uma parte de sua rede mundial de unidades. A companhia baseada em Luxemburgo disse que já conseguiu a aprovação para as alterações nos contratos junto aos bancos responsáveis por 90% de suas linhas de crédito de US$ 31 bilhões.

Sob os novos acertos, os bancos concordaram que não vão submeter a ArcelorMittal a cobranças punitivas dos empréstimos, a menos que a relação do endividamento líquido da companhia sobre os lucros antes dos impostos, juros, depreciação e amortização (lajida) supere os 3,5 pontos.

Muitos analistas do setor siderúrgico estão prevendo que o lajida da ArcelorMittal vai acabar ficando entre US$ 6,5 bilhões e US$ 8 bilhões em 2009. Supondo que essas projeções acabem se confirmando, e também que a companhia reduza sua dívida conforme o planejado, os novos acordos não serão rompidos.

A ArcelorMittal tinha endividamento líquido de US$ 26,7 bilhões no fim de março e ela pretende reduzir isso para pouco mais de US$ 22 bilhões até o fim do ano. Desde janeiro, já captou US$ 11 bilhões com ações, bônus conversíveis e outros bônus, num programa acelerado de redução das dívidas.

No entanto, Lakshmi Mittal sabe que os novos acordos ainda deixam espaço para problemas para a companhia se ela não conseguir uma recuperação dos lucros mais para o fim do ano, em relação aos níveis baixos registrados no começo do ano.

Se a ArcelorMittal produzir um lajida de US$ 6 bilhões para o ano – menos que o previsto pela maioria dos analistas, mas um número bem plausível -, então a relação de endividamento para o ano ficaria em 3,7, supondo que a meta de um endividamento de US$ 22 bilhões seja alcançada.

Isso significa que a companhia cometeria um rompimento técnico do novo acordo e poderia desencadear algum tipo de sanção punitiva dos bancos. O lajida do grupo para o primeiro semestre – que deve ser anunciado em 29 de julho – não deverá superar US$ 1,4 bilhão, segundo se comenta no mercado. Em todo o exercício de 2008, o lajida foi de US$ 24,5 bilhões.(Fonte: Valor Econômico/Peter Marsh, Financial Times)