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Clippings - 19/05/11

Momento é bom para resolver entraves entre Brasil e Argentina

Comércio bilateral entre nações deve ser revisto.
Na semana passada, o governo brasileiro impôs restrições a quase 600 itens importados, acarretando na suspensão das licenças de importação automáticas para veículos, item que representa um terço das exportações argentinas para o Brasil. A mudança foi feita pelo MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior) para monitorar o fluxo de importações, embora economistas encarem a medida como retaliação do governo brasileiro em relação aos entraves para a entrada dos produtos nacionais no mercado argentino.

Com as restrições, o processo de entrada de mercadorias argentinas no Brasil pode demorar até 60 dias para ser aprovado. Com isso, milhares de carros foram retidos na fronteira entre os dois países e em Rio Grande do Sul (RS). Dado o cenário, os importadores de carros já estão reavaliando o planejamento de pedidos para se adequar às novas medidas e evitar a falta de veículos no mercado nacional.

De acordo com o presidente da Câmara de Comércio Argentino Brasileira de São Paulo, Alberto Alzueta (foto), as restrições são entraves sérios para todos os setores que integram parte da cadeia de abastecimento. Estamos apreensivos, pois a Câmara sempre procura medidas para destravar o comércio entre os países. A Argentina vem há algum tempo criando desconfiança nas operações, mas a medida brasileira prejudica muito as relações comerciais, pois 80% das exportações argentinas de carros são para o Brasil.

A Argentina é o terceiro maior parceiro comercial do Brasil, depois da China e Estados Unidos. O volume do comércio bilateral é US$ 33 bilhões, que se revelou deficitário para Buenos Aires em mais de 4 bilhões de dólares, segundo dados de 2010. Estima-se que cerca de 447 mil automóveis produzidos e 65% das autopeças argentinas têm como destino o Brasil.

Segundo Alzueta, apesar dos atrasos que as novas restrições possam ocasionar, a suposta retaliação brasileira pode levar a novas negociações que beneficiem ambas as nações. O momento é bom para resolver esses entraves e deixar uma situação mais clara entre as partes, opina. Porém, caso a situação não abra espaço para diálogo, as consequências podem ser imprevisíveis. Se a briga continuar, um conflito leva a outro sem necessidade. Precisamos parar, passar uma vassoura e avaliar a situação. Não podemos ser sócios e ter dificuldades para ambos os lados, pondera.

A opinião de Alzueta condiz com a do secretário-executivo do MDIC, Alessandro Teixeira. O executivo vai se reunir na próxima semana com o secretário da pasta equivalente argentina, Eduardo Bianchi, para tentar solucionar o litígio comercial.