O Complexo Portuário do Rio Itajaí-açu terminou o o primeiro semestre com um total de mais de 2,2 milhões de toneladas de cargas operadas, 37% a menos que no mesmo perãodo de 2008, quando foram movimentadas quase 3,6 milhões de toneladas. Considerano somente o mês de julho, a movimentação foi de 477.810 toneladas de mercadorias embarcadas e desembarcadas, o que significa um aumento de 133,76% em relação a janeiro deste ano. Os números foram divulgados na reunião do Conselho de Autoridade Portuária de Itajaí e englobam as operações do Porto Público, Teconvi, Portonave e terminais Braskarne, Teporti e Poly. De acordo com Robert Grantham, diretor comercial do Porto de Itajaí, apesar da retração em comparação com 2008, os dados são positivos: Por causa da crise, cada escala está trazendo menos carga, mas o número de atracações está se estabelecendo no mesmo patamar de 2008: 90 ou 95 por mês.
Somente no mês de junho deste ano, atracaram no Complexo Portuário do Rio Itajaí-açu 89 navios, ante os 90 cargueiros operados em junho de 2008. Com relação a janeiro – com 53 atracações -, a progressão foi de 67,9%, o que reforça a recuperação das operações portuárias na foz do Rio Itajaí-açu. Se compararmos junho com janeiro, pode-se dizer que a crise está passando. E a comparação de janeiro deve ser feita, pois foi o mês onde atingimos o ponto mais fundo, afirma Grantham.
No cenário nacional, dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do MDIC, apontam para uma retração de 21,91% na corrente de comércio. E globalmente, as expectativas não são melhores. A consultoria Drewry Consulting, que antes acreditava em uma queda de 5,3%, agora prevê uma movimentação 10,3% menor no comércio internacional neste ano. Nenhum porto vai repetir 2008, foi um ano atípico, o comparativo é muito cruel, resume Grantham sobre a situação mundial.
Além da crise, a retração na movimentação em Itajaí foi ocasionada pelas restrições que limitam o porto: impossibilidade de operações em dois dos quatro berços e limitação de calado de 11 metros. A queda de embarques de madeira e derivados foi a mais sentida, segundo Grantham, pois é uma carga de baixo valor agregado, que sofre com a valorização do real e com a crise da construção civil nos Estados Unidos.
Apesar disso, o diretor prevê um segundo semestre melhor para o complexo portuário. Ele destaca a tendência de crescimento de cargas de importação vindas do extremo oriente e o aumento de embarques de congelados.
918 contêineres em uma única escala.
Na tarde da última quinta-feira (9), o Porto de Itajaí recebeu o navio Limari, da CSAV, com 918 contêineres – o que ilustra o crescimento da movimentação desde o começo do ano e prova que a infraestrutura aquaviária do Complexo Portuário do Rio Itajaí-açu apresenta hoje condições de operar navios de grande porte. Em 2008, eram trazidos, em média, 800 TEUs por navio. Nos piores meses, chegou a cair para 300 ou 400 TEUs por escala. Então, esse navio com mais de 900 TEUs é expressivo, comemora Grantham.
O carregamento de 17 mil toneladas trazia produtos manufaturados diversos, procedentes do Extremo Oriente, adquiridos por várias empresas importadoras. ( Por Grazielle Schneider – Portal Netmarinha – De Florianópolis 13/07/2009)