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Clippings - 11/03/11

MPX, de Eike Batista, terá aporte de R$ 1,3 bilhão com apoio do BNDES

Banco deve participar do processo de capitalização da empresa de energia subscrevendo R$ 600 milhões em debêntures, enquanto a Gávea Investimentos aportará outros R$ 200 milhões; recursos devem ser usados para investimentos no Brasil e na Colômbia.

A MPX, empresa de energia do grupo do empresário Eike Batista, anunciou ontem uma capitalização de R$ 1,3 bilhão para financiar projetos no Brasil e na Colômbia. A empresa emitirá debêntures conversíveis em ações ordinárias, com base no preço fixo de R$ 43 por ação. A empresa de participações do BNDES (a BNDESPar) vai participar da capitalização com a subscrição de quase metade da emissão: R$ 600 milhões em debêntures.

Eike Batista, controlador da MPX, também subscreverá uma parte da operação, assim como o GIF Gestão de Investimentos e Participações, da Gávea Investimentos, gestora que o economista Armínio Fraga vendeu ao J.P. Morgan no final do ano passado. Cada um participará com um aporte de R$ 200 milhões.

Considerando essas participações, que somam R$ 1 bilhão, mais o exercício de direito de preferência por parte dos acionistas minoritários da MPX, a capitalização chega a R$ 1,3 bilhão. Eike Batista concordou em ceder parcial e proporcionalmente à BNDESPar e à Gávea seu direito de preferência para subscrição das debêntures conversíveis, diz o comunicado à imprensa.

Para o analista Ricardo Correa, da Ativa Corretora, a capitalização era longamente esperada pelo mercado e veio dentro das expectativas. O mercado aguardava a solução para viabilizar o extenso volume de projetos da empresa, disse, destacando que a companhia agora terá fôlego financeiro para viabilizar seus projetos.
Estão na mira da MPX os investimentos de US$ 2 bilhões previstos para o parque logístico numa mina de carvão da Colômbia, que deverá produzir 35 milhões de toneladas de carvão mineral por ano, com início de operação em 2012, e contará com uma ferrovia de 150 quilômetros.

Termoelétricas. A capitalização também permitirá que a companhia participe do leilão de térmicas a gás planejado para o segundo semestre deste ano. A MPX possui projeto em conjunto com a OGX, empresa do setor de petróleo de Eike Batista, no valor de R$ 4 bilhões, para a Bacia do Parnaíba.

Na região, a OGX já encontrou uma reserva com potencial de 15 trilhões de pés cúbicos de gás natural, o equivalente à metade do reservatório boliviano do combustível. A MPX seria a responsável pela construção de uma usina no local, com capacidade para gerar 2 mil megawatts para aproveitar a reserva.

De acordo com comunicado, o valor estabelecido por ação representa um prêmio de 45,5% frente ao preço médio da ação ponderado pelo volume negociado nos 60 últimos pregões. O prazo de vencimento dos títulos é de três anos e a remuneração será equivalente à variação do IPCA no perãodo, mais spread de 4% ao ano.

Banco poderá ter assento no conselho da MPX

O BNDES informou que a operação ainda depende de aprovação da diretoria do banco e da BNDESPar, do Comitê de Investimentos da Gávea e dos acionistas da MPX. A aquisição das debêntures da MPX, por enquanto, só passou da fase de enquadramento no processo de avaliação do banco. Isso significa que o pedido da MPX se encaixa nos parâmetros do BNDES para esse tipo de operação, mas segue em análise pelo corpo técnico do banco.

Se confirmar a adesão à capitalização, 0 BNDES passará a ter influência sobre a empresa de Eike Batista, podendo indicar um membro do conselho de administração da MPX. 0 mesmo direito passará a ter a Gávea Investimentos. 0 BNDES já é sócio da MPX, com 2,6% do capital. O banco também participa de outra companhia de Eike, a LLX, voltada para o setor logístico, com 3% das ações.