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Clippings - 12/01/12

MPX e E.ON. investirão R$ 18 bilhões em energia

Companhia alemí ficará com 10% das ações da brasileira mediante aporte de R$ 1 bilhão, possivelmente via aumento de capital.

O empresário Eike Batista, dono do Grupo EBX, acertou a entrada da gigante do setor elétrico E.ON, a maior empresa de serviços públicos da Alemanha em valor de mercado, em sua empresa de energia MPX.

O acordo envolve investimentos de R$ 9 bilhões pelo grupo europeu e igual valor pela MPX em projetos, afirmaram duas fontes próximas às negociações.

Pela parceria, que deve ser anunciada em breve, a E.ON ficará com 10% do capital da MPX mediante aporte de R$ 1 bilhão, possivelmente via aumento de capital a ser promovido pela companhia de Eike.

O valor de mercado da MPX estava em quase R$ 6,8 bilhões, segundo o valor das ações da empresa no fechamento do pregão de segunda-feira. Caso acionistas minoritários acompanhem a proposta, aporte passará para R$ 1,4 bilhão.

A parceria deverá tocar os principais projetos da MPX, dentre os quais os complexos termelétricos de Açu (Rio de Janeiro) e de Parnaíba (Maranhão), além de térmicas no Chile e no Sul do País, que juntos exigirão no mínimo R$ 18 bilhões. Cada empresa deterá metade da joint venture.

A MPX possui licenciamento ambiental para a construção de 11 mil megawatts de energia térmica, dos quais a companhia alemí participará com 50%, disseram as fontes.

Esta é a maior parceria já feita por Eike Batista com uma empresa internacional para investimentos. As duas companhias informaram, por meio de suas assessorias, que não comentariam o assunto.

A parceria com a E. ON. marca a entrada da gigante de energia no País. Recentemente, a empresa anunciou que identificou o Brasil como uma nova região prioritária com detalhada estratégia de entrada no mercado, juntamente com a Índia e a Turquia.

A companhia ficou próxima de estrear no mercado brasileiro com a compra da portuguesa EDP. Caso fosse bem sucedida na licitação, realizada em dezembro, seria sócia da própria MPX na térmica de Pecém (Ceará), onde cada empresa possuiria metade do projeto. Acabou perdendo o negócio para a chinesa Three Gorges.

A compra da fatia de 10% da MPX dará à E.ON sociedade em projetos de geração já em construção ou operação, mas a formação da joint venture dará fôlego à MPX para tocar empreendimentos de peso idealizados por Eike Batista.

O complexo do Açu, no Rio, é um projeto que prevê um porto de proporções relevantes (da LLX, empresa de logística de Eike), além de siderúrgicas, estaleiro, cimenteiras, montadora e indústria de autopeças, dentre outras.

O investimento conjunto neste projeto ultrapassa R$ 40 bilhões. A geração de energia do complexo está a cargo da MPX, investimento que chega a R$ 11,5 bilhões, a ser erguido com 50% de recursos da E.ON.

A térmica Açu 1 será movida a carvão mineral (cuja produção e transporte serão feitos por outras empresas de Eike Batista) enquanto a Açu 2 utilizará gás natural da Bacia de Campos.

Já o complexo do Parnaíba, investimento de R$ 6,5 bilhões, prevê a geração de energia a partir do gás natural da Bacia do Parnaíba, é de propriedade da MPX e da OGX, braço de petróleo empresário.

A primeira usina do complexo já teve sua energia vendida em leilão de energia por 20 anos a partir de 2014 e também já conta com empréstimo de R$ 1,6 bilhão do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovado. Essa usina terá 1.500 MW (megawatts) de potência instalada, mas a MPX possui licença ambiental para a instalação de capacidade adicional de cerca de 2.200 MW, totalizando 3.722 MW.

O fornecimento de gás já está garantido pela produção dos campos Gavião Real e Gavião Azul, cujos Planos de Desenvolvimento foram apresentados à Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).