Empresa começa a se preparar para operacionalização de quatro usinas até 2012, sendo três ainda este ano.
A MPX Energia deve viver em 2011 um ano muito intenso para a empresa. De um lado começa a operacionalizar quatro usinas, sendo três a carvão e uma solar, além de tentar viabilizar a comercialização da termelétrica a gás natural do complexo gasífero do Parnaíba. As quatro usinas – Energia Pecém, MPX Itaqui, MPX Pecém II e MPX Tauá – receberam investimentos de R$ 2 bilhões no ano passado. O valor cumulativo aplicado já alcança R$ 4 bilhões, de um total estimado de R$ 6 bilhões.
Os projetos já estão com mais de 90% de evolução total. Segundo a MPX Energia, o número de empregados nos canteiros chega a 10 mil pessoas, sendo que apenas em 2010 foram contratados 6 mil trabalhadores. A primeira usina a entrar em operação será a MPX Tauá, de 1 MW, movida a energia solar. Segundo Eduardo Karrer, diretor presidente da MPX Energia, o empreendimento será acionado em abril próximo. Será a primeira usina solar conectada ao Sistema Interligado Nacional, afirmou o executivo em teleconferência com analistas nesta segunda-feira, 28 de março.
No segundo semestre serão acionadas as usinas a carvão mineral importado MPX Itaqui (MA-360 MW) e Energia Pecém (CE-720 MW), esta feita em conjunto com a EDP Brasil. Enquanto Itaqui entra em operação no terceiro trimestre, Pecém fica para o quarto trimestre. As duas usinas comercializaram energia no leilão A-5 de 2007, por isso, devem estar a disposição do mercado regulado a partir de 1º de janeiro de 2012. Já a MPX Pecém II (365 MW) entra em operação em abril de 2012, com adiantamento em relação ao cronograma do A-5 de 2008, de janeiro de 2013. A energia antecipada das usinas está prevista para ser liquidada no mercado spot.
Com seus projetos já a ponto de entrar em operação, com estimativa de receita mínima de R$ 500 milhões já em 2012, a MPX vislumbra o que a aguarda no futuro. O primeiro passo da empresa parece ser viabilizar o megaprojeto de gás natural na Bacia do Parnaíba, no Maranhão. Karrer confirmou que a empresa deve inscreve parte do projeto de 1.863 MW no leilão A-3 previsto para julho deste ano. Há a possibilidade de expandir o projeto para 4 mil MW.
Os 1.863 MW do Parnaíba já contam com o licenciamento ambiental necessário para a participação no certame. A MPX tem ainda um acordo estratégico assinado com a GE para acessar a linha de turbinas da fabricante. Karrer tem na carteira outro megaprojeto de geração termelétrica no Porto do Açu, no estado do Rio de Janeiro. São 5.400 MW, sendo 3,3 mil MW a gás natural e 2,1 mil MW a carvão.
No caso da MPX Açu, a companhia está negociando o fornecimento de gás natural com produtores nas bacias de Campos e Santos, nesta caso, o gás que será escoado pelo Rio ou que possa ser usado em um swap do insumo. A geração de energia tanto do Açu como do Parnaíba também pode parar no mercado livre, já que a empresa negocia com consumidores. Estamos caminhando para a negociação da energia, disse Karrer. Ele afirmou ainda que o projeto do Açu tem vocação para a autoprodução já que está instalado dentro de um grande projeto estrutural, que prevê a instalação de siderúrgicas e fábricas.
Para Karrer, a grande competição nos leilões adiante será entre os projetos eólicos e de gás natural. Haverá competição efetiva dos projetos de gás com eólicos. Para ter chance, o projeto terá que ter acesso competitivo ao insumo, ponderou o executivo. Ele acredita ainda que o carvão voltará a ter espaço nos leilões do governo. Além do Açu, a empresa tem dois projetos na região Sul do país – MPX Sul e Seival – com carvão nacional. A empresa aguarda definições do governo para leilão A-5, que pode contar com produto térmico, para definir a estratégia para o certame.