
O último Plano Estratégico da Petrobras da gestão de Roberto Castello Branco voltado ao período de 2021-2025 terá a sua primeira alteração oficializada em breve. Confirmando o risco antecipado pelo PetróleoHoje em fevereiro, a entrada em operação do sistema de produção de Mero 1 será postergada para 2022, ficando de fora do cronograma de 2021, conforme havia sido originalmente previsto pela petroleira.
Ainda que o atraso não tenha sido comunicado ao mercado, a alteração do cronograma já foi informada à ANP pela petroleira brasileira. Segundo apurado, o primeiro óleo do sistema foi transferido para fevereiro de 2022.
Mero 1 será explotado pelo FPSO Guanabara, cuja obra de conversão está sendo realizada pela Modec no estaleiro DSIC, em Dalian, na China. A mudança no cronograma foi determinada por problemas e atrasos na obra da unidade de produção, decorrentes do cenário de pandemia da Covid-19.
Segundo a ANP, Mero1 estava programado para entrar em produção em dezembro. A Petrobras não divulgava data exata para início de operação do FPSO Guanabara, sinalizando apenas a previsão do primeiro óleo para o final de 2021.
A obra de conversão do FPSO Guanabara será finalizada na China. O EBR (Estaleiros do Brasil) foi contratado pela Modec na fase inicial do projeto para construir os módulos de tratamento e de injeção de água, já enviados para estaleiro no exterior.
O FPSO Guanabara terá capacidade para produzir 180 mil barris/dia de óleo, podendo comprimir 12 milhões de m³/dia de gás. O projeto Mero 1 marcará a entrada em operação do primeiro sistema definitivo de produção do ativo, localizado no cluster de Santos.
A confirmação do adiamento feita pelo PetróleoHoje ocorre quatro meses após a Petrobras divulgar o PE 2021-2025, no final de novembro de 2020. Os primeiros sinais de atraso na obra do FPSO Guanabara surgiram poucos meses após o incremento da pandemia de Covid-19 no exterior, ainda no primeiro trimestre do ano passado.
O contrato de afretamento entre a Petrobras e a Moedc para o FPSO Guanabara foi assinado no final de 2017. O campo de Mero é operado pela petroleira brasileira, em parceria com a Shell, Total, CNPC e CNOOC.
Apesar do atraso do módulo 1, a Petrobras mantém, pelo menos até o momento, o cronograma de início de operação dos outros três FPSOs projetados para o projeto. Os FPSOs Sepetiba e Marechal Duque de Caxias, em processo de conversão pela SBM e a Misc Behard, respectivamente, têm entrada em produção prevista para os anos de 2023 e 2024. Já o quarto FPSO do sistema está em processo de licitação no momento, com primeiro óleo programado para 2025.
A ANP, segundo apurado, avalia as causas da motivação do atraso do módulo 1 de Mero. A Diretoria da agência avaliará o Plano de Desenvolvimento da área, possivelmente ainda no primeiro semestre.
O campo de Mero foi descoberto a partir dos trabalhos exploratórios realizados na área de Libra, primeiro bloco licitado sob o regime de partilha de produção no Brasil. O projeto produz atualmente cerca de 30 mil barris/dia de óleo, através do FPSO Pioneiro de Libra, responsável por executar um sistema antecipado de produção na área.
Com o adiamento do primeiro óleo de Mero 1, a Petrobras colocará em operação apenas um novo sistema em 2021. A petroleira mantém para o final do ano o primeiro óleo do FPSO Carioca, que também está sendo convertido pela Modec e será instalado no campo de Sépia, na Bacia de Santos.
Por conta da mudança no cronograma, a Petrobras terá dois sistemas entrando em operação em 2022: o FPSO Guanabara e o FPSO Almirante Barroso, destinado ao módulo 5 de Búzios (Bacia de Santos), também em processo de conversão pela Modec.
Fonte: Revista Brasil Energia