O navio mercante UBC Salvador espera nova data para descarregar as 30,6 mil toneladas de fertilizante no Porto de Paranaguá, programada, inicialmente, para esta terça-feira (30). A embarcação encalhou em um banco de areia, antes de entrar no Canal da Galheta, na sexta-feira (26). Foram necessárias cerca de cinco horas para liberar o navio, que voltou a mar aberto e aguarda liberação da Capitania dos Portos para repetir a operação.
O UBC Salvador estava com avarias em seu motor e procurava águas mais calmas para o conserto. Dois rebocadores começavam a conduzi-lo para o Canal da Galheta, que levaria à uma área de ancoragem em águas abrigadas, mas imprevistos técnicos fizeram a embarcação ir para a margem do canal. Apesar do incidente, as operações de entrada e saída de navios no Porto de Paranaguá não foram comprometidas.
Os esclarecimentos foram apresentados pelo superintendente da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa), Daniel Lúcio Oliveira de Souza, nesta terça-feira (30) pela manhí, durante a Escola de Governo. Ele deixou claro que o problema com o UBC Salvador não teve qualquer relação com a dragagem ou com deficiência na estrutura portuária. “Os serviços das duas dragas que operam no canal foram suspensos para que a manobra com o navio fosse feita com segurança”, completou o superintendente.
Segundo Daniel de Souza, o armador do navio, por meio de sua agência em Paranaguá, submeteu plano de assistência ao parecer da Capitania dos Portos do Paraná, que autorizou o uso de rebocadores para conduzir o navio. Um rebocador puxava a embarcação pela proa (frente do navio) e outro – preso à popa (parte traseira) – funcionava como leme. O cabo do rebocador da popa se rompeu e, com a força do vento, a embarcação foi arrastada ao banco de areia, fora do canal. Foi preciso esperar a maré subir para que, com apoio de outros dois rebocadores, o navio fosse retirado e levado para a área de fundeio em mar aberto, onde estava anteriormente.
Em ofício à agência do navio, a Capitania dos Portos informou que “nova tentativa de demandar ao Porto de Paranaguá somente poderá ocorrer após revisão do plano anteriormente elaborado”. Um laudo “produzido por profissional competente, com a participação do comandante do navio” também terá que ser submetido à avaliação da Capitania. “A Marinha instaura, agora, um inquérito para apurar as efetivas responsabilidades. Alguém errou, alguém falhou. Não foi a administração do porto. Ela tinha ciência, mas não tem nenhuma participação na operação e isto ocorreu fora do nosso canal“, destacou o superintendente da Appa.
De janeiro até hoje, os portos de Paranaguá e Antonina contabilizaram 1.143 atracações de navios ou o equivalente a 2.286 trânsitos pelo Canal da Galheta sem qualquer incidente. Somente na última sexta-feira, outras dez embarcações haviam atracado no Porto de Paranaguá sem nenhum transtorno.