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Clippings - 12/03/25

Navio-tanque é salvo após ataque no Mar Vermelho e evita desastre ambiental

Operação internacional liderada pela Ambipar Response controlou incêndio e protegeu 1 milhão de barris de petróleo bruto

O navio-tanque grego Sounion foi resgatado no Mar Vermelho após ser atingido por um míssil em agosto de 2024, em uma operação que evitou um dos maiores desastres ambientais da história. A embarcação, carregada com 1 milhão de barris de petróleo bruto, pegou fogo e correu risco de naufrágio, ameaçando o ecossistema e a segurança da navegação em uma das rotas comerciais mais importantes do mundo. O resgate mobilizou uma força-tarefa internacional coordenada pela Ambipar Response, que controlou o incêndio, conteve o vazamento de óleo e garantiu a recuperação do navio.

A operação envolveu 80 especialistas da Ambipar Response e empresas parceiras como Megatugs Salvage & Towage, EODEX, Ambrey e a Força Naval da União Europeia (EUNAVFOR). Além do incêndio, que atingiu temperaturas superiores a mil graus, as equipes enfrentaram dificuldades logísticas e desafios culturais na região do conflito.

“A operação em si já foi um grande desafio”, explicou Pablo Fonseca, líder de resposta marítima da Ambipar no Brasil. “Estávamos em uma zona de guerra, com um navio completamente bombardeado e em chamas. A carga era petróleo bruto, altamente explosiva, então precisávamos agir rápido. Não havia margem para erros”, salientou Fonseca.

A mobilização da equipe foi outro obstáculo. Como os voos para a região eram limitados, parte dos profissionais desembarcou em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, e precisou seguir de barco até o Sounion, em uma viagem de aproximadamente 20 horas. “O transporte da equipe foi um desafio à parte. Precisamos de uma logística muito bem planejada para chegar ao local e começar os trabalhos o mais rápido possível”, destacou Fonseca.

A Ambipar Response utilizou tecnologia avançada para conter o vazamento de óleo e estabilizar a embarcação. A empresa mantém seis centros de treinamento no Brasil, Peru, Chile, Estados Unidos, Reino Unido e Espanha, onde suas equipes são preparadas para atuar em cenários extremos.

“Para essa operação, era fundamental termos especialistas em combate a incêndios marítimos”, afirmou Fonseca. “Selecionamos profissionais treinados não apenas para lidar com o fogo, mas também para operar em alto-mar, pilotando lanchas rápidas e embarcações de apoio”, acrescentou.

Além da capacitação, a equipe utilizou roupas térmicas especiais e cilindros de ar para atuar no ambiente de alta temperatura. Outro requisito essencial foi a Caderneta de Inscrição e Registro (CIR), documento de qualificação marítima reconhecido internacionalmente.

Desde o chamado inicial, a Ambipar levou menos de sete dias para mobilizar sua equipe. O grupo subiu a bordo do Sounion no final de setembro e, com um plano de ação estruturado, conseguiu conter o incêndio e estabilizar a embarcação.

“A operação não podia ser lenta”, ressaltou Fonseca. “O navio estava queimando, e a cada minuto o risco aumentava. Precisávamos agir com precisão e rapidez para evitar um desastre ambiental e garantir que o Sounion pudesse ser salvo.”

Além de impedir uma catástrofe ambiental, o resgate do navio garantiu a segurança da navegação no Mar Vermelho, uma rota essencial para o comércio global. “Esse é o grande diferencial do nosso trabalho”, concluiu Fonseca. “Não apenas respondemos a emergências, mas também avaliamos os riscos geopolíticos e econômicos, oferecendo soluções completas e integradas em tempo real”, frisou.

Fonte: Revista Portos e Navios