O início da operação de novas plataformas da Petrobras não está ajudando a aumentar a produção de petróleo e gás da estatal.
Os equipamentos que estão sendo instalados estão apenas amortecendo a queda da produção que vem sendo registrada em campos maduros da companhia. Do primeiro trimestre de 2011 para o mesmo perãodo deste ano, a produção de campos maduros da bacia de Campos caiu 251 mil barris por dia, enquanto no mesmo perãodo, os novo sistemas da Petrobras acrescentaram um total de 273 mil de barris por dia.
Ontem, durante teleconferência com analistas, o diretor de exploração e produção da Petrobras, José Formigli, voltou a explicar que a redução da produção se deve à perda de eficiência operacional dos sistemas de produção mais antigos devido à questões relacionadas à manutenção e idade dos equipamentos. Os executivos da empresa disseram que a companhia passará a usar metas com a maior dose de realidade possível para as estimativas de produção doméstica de petróleo. Antes, a estatal trabalhava com o que chamava de meta tipo desafio, na crença de que isso estimularia mais a equipe. As projeções costumavam indicar para aumentos anuais médios da ordem de 7% ou 9%, enquanto a expansão real ficava no intervalo de 3% a 4%.
A taxa de depleção (redução da produção devido a um esgotamento natural dos reservatórios) da Petrobras na bacia de Campos permanece na faixa de 7% a 10% ao ano, garantiu Formigli. No ano passado, o Credit Suisse havia alertado, em relatório, que a taxa de depleção dos reservatórios da Petrobras acelerou desde 2009 e estava em torno de 20% ao ano. No primeiro trimestre de 2012, a produção da Petrobras, sem considerar os novos sistemas, foi de 1,708 milhão de barris por dia, abaixo dos 1,959 bilhão observados em igual perãodo de 2011. A produção total da petroleira, na mesma comparação, cresceu de 2,044 milhões de barris por dia para 2,066 milhões de barris por dia.
Entre os destaques que ajudaram a aumentar a produção no primeiro trimestre, em relação ao mesmo perãodo de 2011, estão a P-56, que acrescentou 113 mil barris de petróleo por dia (bpd); a P-57, com mais 86 mil bpd, e o piloto de Lula, que já produz 94 mil bpd, com acréscimo de 31 mil bpd no perãodo. Formigli destacou que a P-55, que deveria estar pronta em 2011, deve entrar em operação no segundo semestre de 2013. A unidade, destinada ao terceiro módulo do campo de Roncador, na bacia de Campos, atrasou por problemas na construção da embarcação pelo Estaleiro Atlântico Sul (EAS). Sabemos dos problemas que aconteceram durante a obra, afirmou Formigli.
Formigli disse também que aguarda definição sobre o campo de Frade, na bacia de Campos. A petroleira, que tem 30% de participação na área operada pela Chevron, tem perdido cerca de 18 mil bpd com a parada de produção na área, ordenada pela Agência Nacional do Petróleo (ANP) em março, logo após um segundo vazamento. Formigli afirmou que não considera provável Frade não voltar a operar.