O retorno da demanda conteinerizada global levou os volumes da NOL (Neptune Orient Lines) a uma alta histórica, registrando lucro de US$ 100 milhões e tornando o saldo bancário da companhia positivo novamente.
Porém, apesar do bom resultado, a soma é praticamente eclipsada pela perda de US$ 98 milhões registrada nos primeiros três meses do ano, deixando o lucro total do primeiro semestre somente em níveis de equilíbrio.
O CEO da NOL, Ron Widdows, está confiante de que os números do terceiro trimestre deste ano serão ainda mais expressivos, mas admitiu ter dúvidas em relação a 2011. Ainda há alguma indefinição, em termos de previsões de clientes, sobre qual será a demanda por seus produtos, declarou em comunicado oficial.
Independente de incertezas futuras, o posicionamento de quinta maior linha de contêineres do mundo alcançado pela APL – braço da NOL no segmento de porta-cointêineres – com 598.134 Teus (medida equivalente a um contêiner de 20 pés) ou 4,1% da capacidade global de acordo com a Alphaliner, alavancou a utilização de embarcações em até 94% no segundo trimestre, o nível mais alto desde o início de 2008.
Nossa capacidade cresceu ao longo dos últimos dois anos, e o retorno da demanda no mercado mundial colocou os volumes não apenas de volta aos níveis pré-crise, como também nos níveis mais altos registrados historicamente. Este retorno veio como uma surpresa para os exportadores, afirmou Widdows.
A receita de US$ 2,1 bilhões do segundo trimestre representou um incremento de 53% em relação ao US$ 1,4 bilhão registrado no mesmo perãodo de 2009, elevando a receita total do primeiro semestre para US$ 4,2 bilhões – com a APL sendo responsável por 86% da renda, e 14% da APL Logistics.
Os serviços na Ásia e Oriente Médio apresentaram o maior crescimento de volume nos primeiros seis meses de 2010, subindo 47% para 543 mil Feus (unidade equivalente a um contêiner de 40 pés), em comparação com os 369 mil Feus no mesmo perãodo do ano passado. Esta rota interna da Ásia já representa 40% dos negócios, aparecendo com demanda muito forte, de acordo com o presidente da APL, Eng Aik Meng.
Porém, em comparação com a receita média gerada por outras rotas comerciais da companhia, o volume de negócios internos da Ásia cresceu 10%, para US$ 1.555 por Feu, superior aos US$1.408 por Feu da primeira metade de 2009. Porém, segundo Eng, o valor foi baixo, em comparação com os concorrentes, que introduziram grandes capacidades nas mesmas rotas de comércio.
Os volumes transpacíficos também registraram um ganho de 45% no primeiro semestre, com a APL movimentando 437 mil Feus entre janeiro e junho, acima dos 302 mil Feus no mesmo perãodo do ano anterior, devido à melhora no trade global e reposicão de estoques.
Mas a receita por contêiner no mercado das Américas subiu apenas 1% no mesmo perãodo em US$3.534 por Feu, pois a renda foi baseada em contratos anuais assinados em 2009, quando as taxas de frete estavam significativamente mais baixas. Apesar das renegociações ocorridas em junho, as novas taxas não tiveram impacto sobre o balanço do segundo trimestre da companhia.
Em contrapartida, as receitas gerada pelo comércio europeu, nas rotas entre Ásia e Europa e transatlânticas, foram impulsionadas em 51% durante o primeiro semestre para US$ 3.073 por Feu, comparado ao mesmo perãodo de 2009, apesar dos volumes terem crescido apenas 23%, para 273 mil Feus.
Segundo o presidente da APL Logistics, Jim McAdam, a forte demanda europeia também refletiu-se nos negócios da empresa, destacando que grande parte desta expansão veio de freight forwarders atuando no setor têxtil.
No momento, não temos navios parados – a frota está sendo totalmente utilizada e não pretendemos recuar quanto a isso. No quarto trimestre, a intenção é seguir o cronograma da maneira como está agora, a menos que haja uma diminuição drástica na demanda, completou Eng Aik Meng.
O diretor-financeiro da NOL, Cedric Foo, informou que a empresa não tinha planos para construir novas embarcações, uma vez que já havia anunciado em julho a aquisição de 10 porta-contêineres de 8.400 Teus, com entrega prevista em 2013 e 2014, além de uma carta de intenções para mais dois navios de 10.700 Teus.