Perspectivas de muitos negócios se abrirão, já que a região ficará com 78% da nova capacidade de refino do Brasil.
As novas bases para o soerguimento da economia do Nordeste foram lançadas desde a decisão estratégica da Petrobras de investir pesado em novas plantas de refino na região.
Primeiro foi a construção da Refinaria Abreu e Lima (Rnest), obra iniciada em 2007, em Pernambuco, onde serão aplicados até a conclusão R$ 23 bilhões. Em seguida vieram os projetos das refinarias Premium I (R$ 40 bilhões), no Maranhão e Premium II (R$ 22 bilhões), no Ceará, que estão na fase inicial de implantação, além da ampliação em 2010 da refinaria Clara Camarão (RN). ´Nada menos que 78% da nova capacidade de refino sairá do Nordeste. Esta é uma grande oportunidade para todos`, lembrou o gerente-executivo de Programas de Investimento da área de Abastecimento da Petrobras, Luiz Alberto Domingues.
O debate sobre este novo cenário econômico foi estimulado pelos Diários Associados, que promoveu, no último dia 29 de março, o seminário ´O Nordeste e o pré-sal`. O evento teve o patrocínio da Petrobras e a participação de especialistas e representantes das federações das indústrias de Pernambuco e da Paraíba. O objetivo da companhia petrolífera para os próximos anos é a autossuficiência do Brasil também no refino: hoje, o consumo é 8% maior do que a quantidade de produtos que saem das refinarias.
A previsão é de que, em 2020, essa situação se inverta e a demanda pelos derivados de petróleos seja de 2,79 milhões de barris/dia; enquanto o volume processado será de 3,16 milhões, 13,2% maior. Este cenário inclui as perspectivas positivas de o consumo de combustíveis continuar crescendo até em função dos dois grandes eventos internacionais que o Brasil se prepara para promover: a Copa do Mundo (2014) e as Olimpíadas (2016).
´O esforço da Petrobras é o esforço do Brasil, que vai demandar muita atividade industrial e muito emprego. Pernambuco está se especializando no polo naval para atender esta demanda. Os demais estados devem se especializar em outras áreas para aproveitar esta oportunidade para o país inteiro a partir da regionalização das perspectivas`, completou Domingues.
O investimento nas novas refinarias visa ainda afastar qualquer risco da maldição do petróleo, que impede o desenvolvimento integral de países produtores. ´Quando investimentos nas refinarias no Nordeste, estimulamos a competitividade para ter um desenvolvimento sustentável. Não queremos ser apenas exportador de matéria-prima. Com o refino agregamos valor ao petróleo e podemos contribuir para a redução das desigualdades regionais`, completou o o gerente-executivo de Programas de Investimento da área de Abastecimento da Petrobras.
Os esforços da Petrobras rumo à autossuficiência no refino começaram nos anos 2000, com a modernização das instalações já existentes, construídas a partir dos anos 60 do século passado. Agora, chegou a vez da ampliação do parque de processamento do petróleo. A Abreu e Lima, vai refinar 230 mil barris por dia, a partir de 2013. A Premium I mais 600 mil barris por dias e Premium II, outros 300 mil barris por dia.
Com as novas usinas, o parque de refino da Petrobras passará de 11 para 14 unidades. Outros investimentos significativos estão sendo feito na área petroquímica, cuja matéria-prima também é o óleo: o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) e a PetroquímicaSuape (em Pernambuco).