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Clippings - 19/09/24

Nova onda de descomissionamento no pré-sal é estimada em R$ 191 bilhões

O investimento deve acontecer de 2037 a 2052, após a produção de óleo e gás nas camadas mais profundas da Bacia de Santos entrar em fase de amadurecimento. A primeira onda já está acontecendo, um negócio de R$ 125 bilhões até 2036.

P-32 em fase de desmantelamento no Estaleiro Rio Grande (Foto: Matheus Vieira/Ecovix)

O Brasil vai passar, no período de 2037 a 2053, por uma nova onda de descomissionamento de FPSOs. A nova etapa vai ter como foco as unidades instaladas, atualmente, no pré-sal da Bacia de Santos. A projeção é de um negócio de R$ 191 bilhões, segundo a consultoria especializada no setor de energia Aurum Tank, em evento promovido pela FGV, nesta quarta-feira, 18.

A atividade de descomissionamento deve movimentar US$ 85 bilhões, no mundo todo, até 2029, de acordo com o estudo. Com US$ 16 bilhões de investimentos previstos até 2029, o Brasil aparece como o terceiro colocado num ranking de países com mais potencial de desenvolver a atividade.

A primeira onda de investimentos locais, sobretudo de desmobilização de unidades produtoras da Bacia de Campos, já está acontecendo. São embarcações das décadas de 1980 e 1990, a maior parte delas localizada em campos maduros em fase de revitalização, que, por isso, estão recebendo unidades mais avançadas do ponto de vista tecnológico.

A soma dos gastos na Bacia de Campos até 2028 é de R$ 44 bilhões. Na Bacia de Sergipe, a segunda a receber mais desembolso, vai ficar com R$ 9 bilhões.

Ao todo, o investimento projetado para a primeira onda de descomissionamento é de R$ 125 bilhões, deste ano até 2036. Apenas no período de 2024 a 2028, vão ser gastos R$ 62 bilhões. De 2029 a 2032, serão mais R$ 24 bilhões. E de 2033 a 2036, mais R$ 39 bilhões. A Petrobras está à frente desse investimento.

De acordo com o estudo, a estatal vai desembolsar R$ 37 bilhões até 2027 para descomissionar plataformas. Em seguida aparecem a Perenco, com R$ 5 bilhões, a Equinor, com R$ 3,4 bilhões, a Trident, com R$ 3,4 bilhões, a 3R Petroleum (rebatizada como Brava Energia, após fusão com a Enauta), com R$ 2,2 bilhões, e a PRIO, com R$ 1,7 bilhão.

A Petrobras já realizou leilões para se desfazer de dois ativos – a P-32 e a P-33. Nas duas concorrências, a Gerdau foi a vencedora, em parceria com o estaleiro Ecovix. A P-32 está no estaleiro Rio Grande (RS), já em fase final de desmantelamento, enquanto a P-33 passa por um processo de pré-descomissionamento no Porto do Açu, no Norte Fluminense.

O mercado esperava que ao menos dois novos leilões acontecessem neste ano, mas, por enquanto, não há sinalização nesse sentido.

“O descomissionamento possui uma ampla cadeia integrada de serviços especializados, o que pode alavancar novas oportunidades de negócios para a indústria nacional”, afirmou José Mauro, sócio fundador da Aurum Tank.

Fonte: Revista Brasil Energia