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Clippings - 15/04/11

Novos portos só através de leilões

Na feira Intermodal, o ex-ministro dos Portos, Pedro Brito, garantiu que está mantido o marco regulatório do setor – estipulado pelo decreto 6620. No entanto, criticou a morosidade na aprovação de projetos e deu a entender que, quando ocupar uma diretoria da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), tentará impor rapidez ao setor.

Em sua exposição, a presidente da Associação Brasileira de Terminais e Recintos Alfandegados (Abtra), Agnes Barbeito, declarou que, embora haja críticas, os portos têm atendido à extraordinária demanda. Citou que Santos movimentou em 2010, 96 milhões de toneladas, com alta de 11% sobre o ano anterior. Mostrou dados do Instituto Ilos, segundo os quais em 2007, 51% dos usuários reclamavam de congestionamento nos portos e, agora, apenas 30% o fazem. Agnes disse que um dos gargalos do setor é o acesso rodoviário, citando que, em Santos, transitam, por dia, 15 mil caminhões.

A investidores que pretendem instalar terminais, disse Agnes: – Novas empresas são bem-vindas no setor, mas não devem entrar pela porta dos fundos. Têm de participar de licitações, como manda a lei. Agnes preside também o terminal

Tecondi, de Santos (SP).

Aos jornalistas, disse Brito que ainda este ano o Porto de Santos terá calado

de 15 metros, o que lhe permitirá receber navios com 8.600 containeres, o dobro do volume atual. Em seguida, estão previstas novas dragagens em Santos, de modo a elevar o canal externo para 17 metros e o canal interno para 16 metros. Com isso, Santos se qualificará como o porto de supernavios, o que poderá fazer com que navios menores procurem outros portos, democratizando

o setor.

A propósito, comentou Brito que, em futuro próximo, os portos de Montevidéu (Uruguai) e Buenos Aires (Argentina), tendem a se tornar dependentes do gaúcho Rio Grande. O porto brasileiro vai crescer e Buenos Aires, situado em um rio, jamais poderá receber supernavios. Quanto a Montevidéu, igualmente tem restrições de calado.

O uso de navios gigantes vai, portanto, ampliar a importancia do Brasil em relação aos vizinhos do Cone Sul. Para Brito, Santos não suporta os 15 mil caminhões diários que trazem carga. Hoje,85% das cargas chegam ao mais importante porto do país por caminhão.Por isso, está sendo projetado o acesso via barcaças.

Assim, caminhões deixariam a carga em determinados pontos, para que o acesso aos grandes navios se faça por barcaças. Isso reduziria a pressão sobre o porto e sobre todo o sistema rodoviário das proximidades. Brito também acha essencial a ligação entre as duas margens, seja por túnel ou ponte, além da melhoria do acesso ferroviário.