Atualmente, 20 embarcações porta-contêineres escalam regularmente os portos nacionais.
A menor utilização da cabotagem em relação ao modal rodoviário no Brasil pode ser explicada por diversos motivos, mas um deles certamente é a falta de informação sobre os benefícios do transporte marítimo em longas distâncias, avaliam especialistas do setor.
Ante a percepção de alguns embarcadores de que faltam navios, regularidade de serviço e portos de escala, o vice-presidente do Syndarma (Sindicato Nacional das Empresas de Navegação Marítima), Roberto Galli (na foto), destaca: Existe desconhecimento, pouco acesso a informação, mas temos muitos navios na costa. Por exemplo, o número de linhas regulares na costa é muito maior do que de muitos tráfegos, como o que liga o Brasil à costa leste dos Estados Unidos.
Na carga geral, são 20 embarcações atuando regularmente no País, sendo 10 operadas pela Aliança Navegação, sete pela Log-In Logística Intermodal e três pela Mercosul Line – os principais armadores especializados no tráfego de contêineres na costa brasileira.
E a oferta de espaço está aumentando. Recentemente, a Triunfo Participações e Investimentos S.A. anunciou a compra do porta-contêineres Norsul Atlântico, da Companhia de Navegação Norsul, com capacidade para 1.210 Teus (unidade de medida equivalente a um contêiner de 20 pés) e tem previsão de, em parceria com outro armador, comprar mais dois navios para operar na cabotagem, perfazendo quatro embarcações dedicadas ao modal.
Na realidade, houve aumento da frota nos últimos tempos e expansão do tamanho dos navios, avalia Galli, que pondera: Pode ser que algum porto não esteja bem atendido, mas isso é questão de tempo.
Segundo o diretor da Mercosul Line, Artur Bezerra, a cabotagem é mais segura, apresenta menos índices de sinistros e garante melhor integridade da carga e pontualidade. Além de ser, comparativamente ao transporte rodoviário, mais econômica. No geral, o produto final chega ao consumidor 30% mais barato.
A previsão do Syndarma é que a movimentação de carga geral na cabotagem cresça neste ano acima do índice de expansão da economia e apesar da crise financeira internacional, na casa dos 4%, perfazendo 676 mil Teus. (Guia Marítimo)