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Clippings - 20/09/24

Número de poços em 2023 foi três vezes inferior ao pico de 2011, diz Ineep

Em diagnóstico do setor, o instituto de pesquisa defende a retomada da exploração após um período de baixa da atividade. O novo plano estratégico da Petrobras, de acordo com a instituição, deve refletir esse movimento.

Sonda de perfuração Norbe VIII, da Foresea (Foto: Divulgação)

Especializado no setor de energia, o Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep) publicou um diagnóstico defendendo a revisão do plano de investimento da Petrobras. A empresa deve voltar a apostar na exploração de novas fronteiras e não se limitar ao desenvolvimento do pré-sal, de acordo com o documento.

“Será necessário adotar um plano exploratório robusto, orientado ao interesse coletivo, à segurança energética e ao desenvolvimento nacional, elementos que garantirão tanto a sustentabilidade operacional da empresa como sua inserção no longo processo de transição energética global, segura e justa”, afirma o Ineep, no “Diagnóstico do segmento de exploração de petróleo e gás no Brasil”.

O estudo é assinado por José Sérgio Gabrielli, ex-presidente da estatal e pesquisador do Ineep, por Mahatma dos Santos, diretor técnico do instituto, e por Francismar Ferreira, pesquisador da instituição.  

Pelo cálculo do Ineep, em 2023, foram perfurados 90 poços, três vezes menos do que no pico de 2011. A avaliação é que, a partir de 2016, houve uma queda acentuada no número de novos poços de desenvolvimento da produção, com a média anual reduzida para 54 de 2016 a 2021.

Para a instituição, o cenário reflete a retração de investimentos e a alta produtividade de poços já descobertos. De 2006 a 2011, houve uma expansão significativa dos poços pioneiros, refletindo a fase exploratória do pré-sal. A atividade, no entanto, chegou a zero em 2016, e manteve uma média anual de apenas 5,5 poços, o que, de acordo com o Ineep, evidencia o baixo dinamismo exploratório após 2016.

A Bacia de Campos dominou a perfuração de poços no período de 2000 a 2023, especialmente de 2008 a 2012, com foco em poços pioneiros e de desenvolvimento. Já a Bacia de Santos apresentou crescimento na perfuração de poços de desenvolvimento a partir de 2012, que se manteve até 2021, coincidindo com o declínio da atividade na Bacia de Campos.

“As múltiplas incertezas e condicionantes geopolíticos, tecnológicos e financeiros à atividade exploratória não podem ser justificativas para escolhas estratégicas de curto prazo, tampouco para o esvaziamento do segmento de exploração, como observado nos últimos anos”, argumenta o Ineep.

O novo plano estratégico da Petrobras, para o período de 2025 a 2029, está sendo produzido e, como sempre acontece, deve ser divulgado no fim do ano. Esse será o primeiro da gestão de Magda Chambriard e a expectativa é de que privilegie a agenda anunciada quando assumiu a presidência da empresa – de desenvolvimento de novas fronteiras, principalmente da margem equatorial, além de avanços na transição energética.

Fonte: Revista Portos e Navios