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Clippings - 17/06/09

O Porto em época de crise

Atualmente, a questão à mesa dos executivos é o enfrentamento da crise mundial e a urgência em identificar oportunidades de negócios sustentáveis. O efeito da crise no comércio mundial é grave. Diariamente, é apresentada nas mídias a preocupação de autoridades governamentais e especialistas com a retomada da atividade econômica por investimentos e relações comerciais entre países que até o terceiro trimestre do ano passado iam de vento em popa.

A crise, que já assume forma de recessão na economia real, se reflete fortemente no comércio global e atinge, com mais vigor, os países dos continentes norte-americano e europeu, devido aos sérios problemas em seus sistemas financeiro e bancário.

Já a maior preocupação no ambiente empresarial brasileiro está nos setores ligados ao comércio exterior, o que reflete diretamente a conjuntura do comércio internacional. O caso do Porto de Santos é típico. Já se constata redução significativa na movimentação de contêineres de 20% no primeiro quadrimestre de 2009, em comparação com o mesmo perãodo do ano anterior, representado na diminuição de movimentação de cargas com valor agregado, e reprogramação de escalas no porto.

No entanto, a condição de porto multipropósito torna o Porto de Santos singular, ou seja, neste momento em que preocupa a redução da movimentação de contêineres, por outro lado, se apresenta um maior volume em commodities exportadas, tais como: soja (24%), milho (355%), café (22%) e o açúcar (65%) e nas importadas, o GLP (370%) e sal (17%).

O momento exige um olhar positivo em alguns aspectos. O Brasil, o maior exportador de alimentos do mundo, tem a oportunidade de ratificar essa posição competitiva e nesse sentido, mais uma vez, se apresenta o papel da eficiência do Porto de Santos nesse cenário. Oportunidades que se apresentam, tais como: a movimentação de granéis líquidos, queda de fretes e redução de quase 60% do preço do bunker dos navios. Ou seja, há um movimento de reacomodação e retomada da economia após o impacto do final do ano passado e início deste.

Para tanto, a ação do Governo Federal, por meio das obras do PAC, representa uma atitude firme e consubstancia a oportunidade de se refletir sobre os projetos de expansão do Porto de Santos, principalmente suas questões ambientais inerentes exigindo um tempo de maturação que a pressão de um mercado superaquecido dificultaria. Ressalta-se que os investimentos públicos se dão no momento em que o setor privado perde fôlego e repensa seus cronogramas. O princípio é que empregos não devem ser sacrificados e a renda deve ser mantida.

Assim, a oportunidade é pensar e planejar as obras de infraestrutura em seus diversos estágios como as avenidas perimetrais e de dragagem de aprofundamento em andamento, projetos para novas cargas, novos operadores e novos empreendimentos sempre ao encontro das necessidades da economia regional e preparando o Porto de Santos para novo ciclo de crescimento global, consolidando sua vantagem competitiva.