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Clippings - 17/09/09

Obras de dragagem representam 55,3% dos investimentos do PAC, diz Ipea

Recursos destinados ao setor portuário referem-se a apenas 23% do orçamento para solucionar os gargalos.

O Ipea (Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas) acaba de lançar, em comemoração aos 45 anos, a publicação Brasil em Desenvolvimento: Estado, Planejamento e Políticas Públicas, com um capítulo dedicado ao setor portuário.

As conclusões da análise no contexto do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) revelam que os investimentos do programa representam apenas 23% do orçamento total para a resolução dos gargalos nos portos nacionais e engloba 19,2% do número de obras identificadas como necessárias.

De acordo com o Ipea, o PAC aplicará R$ 9,85 bilhões nos portos, enquanto as necessidades totais para o atendimento de gargalos somam R$ 42,88 bilhões.

Outra conclusiva do estudo é que a demanda mais contemplada pelo PAC refere-se às dragagens, com 55,3% do total, que constituem ponto essencial para possibilitar acesso e atracação de navios de grande porte, de modo a ampliar o potencial comercial dos portos.

Na opinião do presidente da ABTP (Associação Brasileira de Terminais Portuários), Wilen Manteli, a análise o Ipea é relevante para indicar tanto para o governo como para a iniciativa privada onde devem ser feitos os investimentos. O estudo do Ipea é muito importante porque sinaliza claramente a necessidade de se investir em infraestrutura e na supraestrutura dos portos brasileiros, avalia.

Segundo Manteli, o levantamento evidencia que grande parte dos recursos necessários para solucionar as demandas e os gargalos dos portos sairá da iniciativa privada, enquanto os recursos públicos deverão ser destinados à dragagem e outras obras de cais públicos, o que já era previsto. É evidente que construções de cais, reformas e novos empreendimentos acabem sendo feitos pela iniciativa privada. No entanto, é importante que o governo lance mão de inteligência para efetuar concessões e licitar reformas públicas com o apoio da iniciativa privada, ponderou.

O estudo também revelou que mais portos têm movimentado produtos com maior conteúdo tecnológico, o que comprova mudanças na pauta de comércio internacional. Os valores transacionados médios superam mil dólares por tonelada, especialmente em Niterói (RJ), Itajaí (SC), Manaus (AM), Rio de Janeiro (RJ), Pecém (CE), Santos (SP) e Salvador (BA).

Outra consideração importante do estudo é que os problemas de Santos são comuns a outros portos nacionais, elencados a seguir: congestionamento de caminhões dentro da área do porto, estrutura ferroviária, entraves burocráticos, dificuldade de acesso rodoferroviário para chegar ao porto, falta de espaço e retroáreas para armazenamento de contêineres, terno de 12 homens, áreas nobres ocupadas por produtos de baixo valor agregado, terminais lotados, custos e transit time.