O principal gargalo da região portuária capixaba não ter estrutura e espaço para desembarcar contêineres será resolvido com o olhar voltado para o presente e para o futuro. Uma solução imediata vem com um investimento de R$ 242 milhões para aumentar a capacidade do Porto de Vitória. A solução a longo prazo será com a construção de um superporto, em Praia Mole, com investimento que pode chegar a R$ 800 milhões.

O Porto de Vitória receberá, até 2010, investimentos da ordem de R$ 242 milhões. Os recursos serão aplicados nas obras de dragagem e derrocagem da Baía de Vitória (R$ 117 milhões) e na recuperação do cais comercial do Porto de Vitória (R$ 125 milhões). As obras estarão concluídas até o final de 2010 e ampliará em 30% a capacidade de movimentação de cargas e vão gerar 1.600 empregos diretos e indiretos.

Os investimentos foram anunciados hoje pelo ministro da Secretaria Especial de Portos (SEP), Pedro Brito, em solenidade realizada no Palácio Anchieta. O ministro assinou ainda protocolo de parceria com a Prefeitura de Vitória e com o governo estadual para iniciar os estudos de viabilidade visando à implantação do porto de águas profundas.

Estamos resolvendo um gargalo antigo e, ao mesmo tempo, planejando uma obra para os próximos anos, colocando em andamento um sonho antigo, destacou o governador Paulo Hartung. Os dois projetos não são movimentos concorrentes, mas, sim, complementares, explicou o governador.

O edital para a contratação da empresa que fará a as obras de dragagem e de derrocagem do canal de acesso e do porto foi publicado ontem. Em novembro de 2010, quando as obras estiverem concluídas, a profundidade será de 14 metros, permitindo o acesso de navios com capacidade para cinco mil contêineres.

Segundo Brito, além do aprofundamento será feito o alargamento do canal de acesso para 120 metros no mínimo. O custo total da obra é de R$ 117 milhões, sendo R$ 95 milhões para a dragagem e derrocagem e R$ 20 milhões para a manutenção.

A contrapartida do governo estadual é de R$ 40 milhões. As obras serão contratadas em outubro próximo. A dragagem estará concluída em maio de 2010 e a derrocagem, em novembro do próximo ano.

Outros R$ 125 milhões serão investidos na ampliação e modernização dos berços 101 e 102 do cais de Vitória. os berços serão alargados (mar a dentro) 20 metros e terão mais 458 metros de extensão.

Ministro busca investidores para terminal

O sonho de que o primeiro porto de águas profundas ou o superporto da América Latina seja construído no Espírito Santo reuniu ontem, na mesma sala, as três esferas de governo, o empresariado e os trabalhadores da área portuária.

Na solenidade realizada no Palácio Anchieta, o tom dos discursos foi na mesma direção: pensar o futuro portuário do Espírito Santo e fortalecer sua vocação de comércio exterior.

O dinheiro necessário para a implantação do porto de águas profundas, junto ao Porto de Praia Mole, em Ponta de Tubarão, terá que vir da iniciativa privada, avisou o ministro da Secretaria Especial de Portos, Pedro Brito. Mas ele está entusiasmado com a ideia e já começou a falar do projeto para empresários nacionais e internacionais na tentativa de encontrar investidores para construir o porto.

Foi constituído um grupo de estudo com representantes do governo federal, governo estadual, Prefeitura de Vitória e dos trabalhadores portuários para, até o final do ano, elaborar o estudo de viabilidade econômica do porto.

O valor do investimento, as dimensões do terminal de águas profundas, sua capacidade e a localização exata serão definidos no estudo. Entretanto, segundo Brito, por conta do investimento elevado, o ideal será a sua construção em módulos. Se o potencial do porto for, por exemplo, de um milhão de contêineres por ano, a implantação poderá ocorrer em três fases.