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Clippings - 17/08/09

Odebrecht e Dubai negociam compra de terminal

O Grupo Coimex negocia a venda de sua participação no terminal Embraport, no Porto de Santos, para a Odebrecht, corporação de capital nacional, e a operadora portuária multinacional Dubai Ports World (DPW). A Coimex controla 66% do empreendimento, projetado para ser a maior instalação portuária de uso múltiplo do País. As obras da unidade, localizada na Margem Esquerda do cais santista, ao lado da Ilha Barnabé, estão paradas há pelo menos quatro meses.

Oficialmente, a Odebrecht é a única a confirmar a negociação, mas não revelou detalhes. Procurada, a Coimex informou que não se manifestará a respeito, mesmo posicionamento adotado pelo Fundo de Investimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FI-FGTS), que, desde dezembro passado, detém 33% do projeto. A unidade da DPW para as Américas não retornou ao pedido de informações sobre a aquisição.

O terminal Embraport é o principal investimento privado no setor portuário brasileiro. A conclusão de suas obras está prevista para o final de 2011. Ele poderá operar anualmente 1,2 milhão de contêineres e 2 milhões de metros cúbicos de álcool.

Inicialmente, a construção dos berços de atracação deveria começar em fevereiro passado, o que não se concretizou. No primeiro bimestre do ano, a direção da Coimex informou a pretensão de concluir 30% do projeto até dezembro.

A Odebrecht é uma das maiores empresas de capital aberto do País e possui divisões nas áreas de engenharia, construção, petroquímica, etanol, açúcar, óleo e gás. Este último setor recebeu investimentos de R$ 902 milhões no ano passado, para a construção de três plataformas, com o objetivo de atender projetos de exploração de petróleo e gás natural nos mares territoriais do Brasil e de Angola. O interesse em aproveitar as oportunidades criadas pela exploração do pré-sal na Bacia de Santos teria motivado a procura por um terminal no maior porto da América do Sul.

Apesarde a DPWnão comentar a negociação, seus planos de investir no setor portuário brasileiro, prioritariamente em Santos, são conhecidos há pelo menos quatro meses. Executivos da companhia comentaram esses projetos com o ministro-chefe da Secretaria Especial de Portos, Pedro Brito, durante uma visita da autoridade à sede da empresa, em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, em abril.

Ao retornar, em entrevista para A Tribuna publicada no dia 17 daquele mês, Brito afirmou que o interesse número um é o Porto de Santos. Eles (a DPW) não descartam áreas em São Sebastião (Litoral Norte de São Paulo) e nos estados do Sul, mas o interesse primário é Santos. Segundo o ministro, a companhia se associaria a uma empresa brasileira para os negócios portuários.

A DPW, estatal dos Emirados Árabes, é uma das maiores operadoras de portos do mundo. Administra 49 terminais marítimos e outros 12 em construção, espalhados por 31 países, e tem atuação destacada no segmento de contêineres. No ano passado, suas instalações movimentaram um total de 46,8 milhões de TEUs (unidade equivalente a um contêiner de 20 pés), um aumento de 8% sobre o resultado do ano anterior. No mesmo perãodo, passaram pelos portos brasileiros 6,9 milhões de TEUs.

A multinacional planeja investimentos agressivos em economias emergentes como as da China, da Índia e de países do Oriente Médio. E prevê chegar ao final da próxima década com capacidade para operar 95 milhões de TEUs por ano.

É uma empresa que não entra para perder. Se chegar a Santos, a briga vai ser boa, disse uma fonte do setor para A Tribuna, referindo-se à disputa com os terminais de contêineres do Porto ¬ a Santos-Brasil S.A. (operadora do Tecon), o Grupo Libra, o Tecondi, a Rodrimar e a embrionária Brasil Terminal Portuário (BTP, ligada à armadora MSC), cujo terminal está sendo construído na região da Alemoa. (A Tribuna – C8
15/08/2009 – Da Redação – SAMUEL RODRIGUES)