unitri

Filtrar Por:

< Voltar

Clippings - 05/10/09

OGX acha petróleo e ações ganham 10,7%

Duas notícias animaram, nesta sexta-feira, os acionistas da OGX, empresa do grupo EBX, do empresário Eike Batista. A companhia anunciou a descoberta de indícios de petróleo nas águas rasas da Bacia de Santos, em poço localizado no bloco BM-S-29, e também que tem a intenção de desmembrar suas ações (fazer um split, no jargão do mercado) no ano que vem, com o objetivo de tornar seus papéis mais acessíveis ao pequeno investidor, permitindo ganho de liquidez.

No dia da abertura de seu capital, em junho de 2008, a ação da companhia foi negociada a R$ 1.131, enquanto no fechamento de sexta-feira, valia R$ 1.540 – valorização de 36,1% no perãodo. A valorização durante a sessão, impulsionada pelas novas notícias, foi de 10,7%.

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) determina que operações de desmembramento sejam realizadas com um prazo mínimo de 18 meses em relação ao IPO. No caso da OGX, o prazo, portanto, é dezembro próximo. Tão logo haja a possibilidade, pensaremos em fazer a solicitação de split à CVM, afirmou o diretor financeiro e de Relações com Investidores da OGX, Marcelo Couto.

O poço no qual foram encontrados indícios de petróleo e gás na Bacia de Santos (1-MRK-2A-SPS) está a 130 quilômetros do litoral paulista e a 100 metros abaixo do nível do mar. O bloco faz parte de uma área de concessão em que a OGX detém 65% de participação e a operadora Maersk Oil, 35%.

O diretor de Exploração e Produção da OGX, Paulo Mendonça, informou, em reunião da Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais do Rio de Janeiro (Apimec-Rio), que a empresa pretende perfurar mais um poço no local até o final do ano. Até o final de 2011 teremos o nosso primeiro óleo produzido, afirmou ele.

De acordo com Mendonça, a OGX pretende ainda iniciar neste ano a perfuração de três poços na Bacia de Campos, onde a empresa iniciou, em setembro, a operação de um poço no bloco BM-C-43. Dessa forma, a expectativa da companhia é fechar 2009 com seis poços perfurados, dos quais quatro são em Santos e dois em Campos.

vesúvio. Estamos perfurando o primeiro poço em Campos, chamado Vesúvio. Completada essa etapa, vamos imediatamente para o segundo, com a mesma sonda. A locação já foi aprovada e enviada à Agência Nacional do Petróleo (ANP). Na segunda quinzena de outubro, iniciaremos a segunda perfuração em Campos, afirmou Mendonça.

O executivo disse que a OGX pretende perfurar até 50 poços nos próximos três anos. Atualmente, a empresa possui 29 blocos concedidos, nas bacias de Campos, Santos, Espírito Santo e Pará-Maranhão – nenhum é no pré-sal. Do total de áreas concedidas, 22 são no mar e sete em terra.

As reservas estimadas da companhia estão em 4,8 bilhões de barris, de acordo com levantamento da consultoria internacional De Golyer & MacNaughton. Mendonça afirmou que os dados serão reavaliados a partir de novas tecnologias de sondagem em três dimensões, e os resultados deverão sair na segunda quinzena deste mês.

Mendonça disse acreditar que as mudanças na lei que regula a exploração de petróleo na camada pré-sal não terão impacto nos planos da OGX. De acordo com ele, diferentemente do que foi veiculado em algumas publicações, a empresa não adquiriu blocos situados na franja do pré-sal.

O executivo enfatizou que a carteira exploratória da OGX é feita para o pós-sal, sem descartar que a companhia está atenta a oportunidades em águas ultraprofundas. Sem dar detalhes, Mendonça disse também que a companhia está observando possibilidades de aquisições de blocos ou de participações em operações.

Se vamos perfurar no pré-sal? Eu digo que depende. Se houver oportunidade de entrar no pré-sal, nós vamos avaliar. Ao longo desse ano e até o meio do que vem, podem-se esperar notícias de aquisições, que não necessariamente estão ligadas à área, afirmou.

investimentos. Recentemente, em jantar em homenagem ao presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, em Nova York, o dono do Grupo EBX, controlador da OGX, Eike Batista afirmou que pode levar anos para que petrolíferas privadas brasileiras ganhem participações significativas na camada do pré-sal. O setor privado brasileiro pode ganhar acesso às reservas do pré-sal após algum tempo, afirmou Batista à época do evento.

O diretor-financeiro, Marcelo Couto, lembrou que a empresa possui R$ 7,8 bilhões em caixa, que poderão ser utilizados para novas oportunidades de negócios no próximos três anos. Recentemente, a OGX adquiriu sete blocos terrestres, na região maranhense do Parnaíba, nos quais estima-se que haja gás natural.

Estamos preparados para participar do leilão (da ANP), disse Mendonça, completando que espera novo leilão de áreas para exploração e produção de óleo e gás para o ano que vem.

A empresa pretende usar R$ 4 bilhões para seguir com seu programa exploratório, R$ 2 bilhões no desenvolvimento da produção inicial e R$ 1,8 bilhão para novos negócios/outros, conforme a apresentação.