Com US$ 4 bilhões em caixa e iniciando uma agressiva campanha de perfuração, a OGX prevê que em 2020 estará produzindo 900 mil barris de petróleo por dia. Maior empresa privada de petróleo e gás do país, a novata OGX ainda não produz nenhuma gota sequer de petróleo ou gás e nem tem reservas, mas isso deve mudar no fim de 2011, quando a companhia planeja estar produzindo o seu primeiro óleo.
Paulo Mendonça, diretor geral e de exploração e produção da OGX explica a expectativa mostrando os resultados das sísmicas em terceira dimensão (3D) feitas em blocos das bacias de Campos e Santos. Executivos da área de exploração da Petrobras antes de ser contratado pela OGX, Paulo Mendonça fala com entusiasmo sobre as áreas da empresa no sul da Bacia de Campos, segundo ele um território inexplorado, e na bacia de Santos, que ele considera área virgem.
Nessa última, a Maersk (sócia operadora) tem 35% do bloco BM-S-29 em que a OGX tem 65% depois de um farm-in, como é chamado o investimento feito através da compra de participação que é pago sob a forma de investimentos.
A Maersk começou a perfurar um poço no prospecto Abacate-1, no BM-S-29 , esta semana, usando a sonda Sovereign Explorer, da Transocean. O bloco fica em águas rasas de Santos, mas a perfuração vai alcançar cerca de 4,3 mil metros. O resultado deverá ser conhecido daqui a três meses. O BM-S-29 fica próximo da área onde a Repsol anunciou recentemente a descoberta do campo de Vampira e a expectativa de sucesso é grande na OGX. Quando vimos a imagem 3D (da área) eu disse que tínhamos conseguido ultrapassar nosso maior risco, conta Mendonça.
Na bacia de Campos a OGX tem sete blocos exploratórios, alguns próximos a campos descobertos pela Petrobras, entre eles Papa-Terra, Maromba e os campos de Peregrino, da StatoilHydro, e Polvo, da Devon.
A OGX tem em seu portfólio 22 concessões de áreas exploratórias nas bacias de Campos, Santos, Espírito Santo e Pará-Maranhão. E não estão descartadas novas aquisições, que podem ser de blocos já licitados ou aumento da participação acionária de áreas já adquiridas. Marcelo Faber Torres, diretor financeiro, explica que a perfuração dos 51 poços programados para os próximos quatro anos – sendo seis previstos para começar em 2009 – vai consumir só metade do caixa e por isso os US$ 2 bilhões restantes poderão ser usados para investimentos no início da produção e aquisições por meio de farm-in, explicou Torres. O único dogma é que não vamos diminuir a qualidade (do portfólio).
A OGX inaugurou, na segunda-feira, o Centro Integrado de Apoio Operacional Jutta Batista (uma homenagem à míe do presidente da empresa, Eike Batista), que reúne em um mesmo espaço informações sobre os resultados da perfuração de poços fornecidos por três empresas especializadas contratadas pela companhia. Os dados em tempo real obtidos durante a perfuração pelas sondas são fornecidos pela Schlumberger, MI-Swaco e Geoservices.(Fonte: Valor Econômico/Cláudia Schüffner, do Rio)