Capítulo dedicado ao Brasil do relatório World Oil Outlook (WOO 2025) diz que a exploração e produção na região é vital para país repor as reservas nacionais e manter produção sustentada a longo prazo

O World Oil Outlook (WOO 2025) da Opep, divulgado nesta quinta-feira (10), em Viena, dedica um capítulo ao Brasil, destacando a importância estratégica da Margem Equatorial brasileira para reposição das reservas nacionais, que pode conter reservas de cerca de 30 bilhões de barris de óleo equivalente (boe).
Segundo o relatório, estudos indicam que a produção na região poderá adicionar 1,1 milhão de barris diários à oferta nacional a partir de 2029, desempenhando um papel estratégico na reposição das reservas do Brasil e garantindo a sustentabilidade da produção a longo prazo.
Os especialistas da organização afirmam que a exploração de petróleo na Margem Equatorial pode tornar-se uma fonte vital para o Brasil manter os níveis de produção a partir de 2030, devido ao declínio da produção em outros campos petrolíferos do país.
O relatório diz ainda que, “se bem-sucedida, a Margem Equatorial poderá transformar o Brasil num dos principais centros mundiais de exploração em águas profundas, garantindo a segurança energética, diversificando a oferta e criando novas oportunidades econômicas para as próximas décadas”.
“O Brasil está em trajetória de crescimento significativo no mercado de petróleo, com aumento na demanda, consumo e produção nas próximas décadas”, diz o documento, acrescentando que a produção de petróleo bruto no Brasil já subiu de 2,1 milhões de bpd em 2010 para 3,4 milhões de bpd em 2024 e a expectativa é ultrapasse 4 milhões de bpd em 2028 e se estabilize em 4,7 milhões de bpd na década de 2030.
O pré-sal, responsável pela maior parte desse crescimento, consolida o Brasil como um dos principais players mundiais, com petróleo de baixa intensidade de carbono.
Esse crescimento, afirma, consolidou o Brasil como exportador líquido destes recursos, sendo o petróleo bruto o principal produto de exportação em 2024, gerando US$ 44,8 bilhões e respondendo por 13,3% das vendas externas do país.
“O país, que já é o oitavo maior exportador global da commodity, deve ver sua demanda saltar de 3,4 milhões de barris por dia (bpd) em 2024 para 4,8 milhões de bpd em 2050, um aumento de 40%, impulsionado principalmente pelo transporte rodoviário e pela aviação”, diz o relatório.
Ainda de acordo com o relatório, o consumo interno também segue em alta, com diesel e gasolina liderando, representando juntos cerca de 70% da demanda por derivados. O transporte rodoviário, essencial para o agronegócio, deve puxar o consumo de diesel (+42% até 2050), enquanto a aviação impulsionará o querosene de aviação (+58%) no período.
O destaque da Margem Equatorial brasileira no WOO 2025 da Opep acontece às vésperas da realização da Avaliação Pré-Operacional (APO) da Petrobras para simulação da perfuração de petróleo em águas profundas no bloco FZA-M-59, da Bacia da Foz do Amazonas. O exercício autorizado pelo Ibama, vai mobilizar centenas de profissionais para testar respostas da empresa a emergências e será etapa crucial para liberação da licença ambiental da perfuração.
Fonte: Revista Brasil Energia