Banco entrará como acionista em pequenas fornecedoras de equipamento para a Petrobras. Instituição diz que meta é fortalecer as empresas sem capacidade de endividamento, que no futuro abrirão capital.
A BNDESPar, braço de participações societárias do BNDES, entrará como acionista em pequenas empresas fornecedoras de equipamentos para a Petrobras.
A medida faz parte do pacote de apoio à cadeia de petróleo e gás lançado pelo governo, que inclui uma linha de crédito de R$ 4 bilhões.
Segundo o superintendente da área de insumos básicos do BNDES, Rodrigo Bacellar, o objetivo é fortalecer empresas que hoje não possuem capacidade de endividamento para que, no futuro, elas abram capital. Ainda não há um valor definido para essas participações, segundo o executivo do banco.
São empresas de capital fechado, às vezes com três ou quatro empregados, sem capacidade de dar garantias para empréstimos, disse.
Nesses casos, o apoio só poderá ser feito via renda variável, e não financiamento. Vamos dar governança para que essas empresas venham a abrir o seu capital no futuro, completou Bacellar.
A maioria das candidatas à sociedade com a BNDESPar é de empresas que desenvolvem novas tecnologias que serão utilizadas na exploração do petróleo do pré-sal, em águas ultraprofundas.
Bacellar disse que está sendo elaborado um mapeamento da cadeia produtiva de petróleo e gás pelo banco. Estão sendo identificados fabricantes brasileiros que poderão se juntar à BNDESPar.
Estima-se que, nos próximos quatro anos, apenas o primeiro elo da cadeia de petróleo deverá representar investimentos de R$ 100 bilhões, dos quais dois terços, pelo menos, deverão ser financiados e apenas um terço deverá vir de capital próprio.
MELHORES CONDIÇÕES
No pacote de financiamento, o BNDES oferece condições financeiras mais atraentes que as do mercado.
O programa têm taxas de juros que variam de 4,5% ao ano, para inovação, até 11,04%, para o financiamento a capital de giro, nas operações diretas.
Os empréstimos têm como foco empresas maiores, que funcionarão como companhias-âncora para redirecionar parte dos recursos recebidos aos seus fornecedores e subfornecedores. Essas empresas deverão ter receita operacional bruta anual acima de R$ 90 milhões, e terão de repassar no mínimo 30% dos recursos do financiamento a companhias menores.
As micro, pequenas e médias empresas podem se beneficiar porque terão acesso mais rápido aos recursos. As empresas-âncora tomam o risco das menores e, ao mesmo tempo, são estimuladas a fazer isso porque poderão pagar menos pelo financiamento que tomarem.
De acordo com o superintendente do BNDES, essa transação vai permitir um fortalecimento de vínculos entre as empresas-âncora e as menores, que são suas fornecedoras.