Tipo de gás não convencional extraído do xisto, o shale gas mudou nos últimos anos a matriz de gás nos Estados Unidos e dá os primeiros passos no Brasil. Levantamento da consultoria KPMG mostra que o País tem potencial para ser o segundo maior produtor nas Américas deste recurso abundante e barato, mas com risco ambiental. O estudo ressalva ter havido até agora pouco investimento nesta técnica de exploração no Brasil, mas as empresas já se debruçam sobre o tema e a Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP) estuda uma regulação para o setor.
A diretora-geral da ANP, Magda Chambriard, já se reuniu com autoridades regulatórias nos Estados Unidos para detalhar as leis locais. Embora abundante e barato, o shale gas tem extração polêmica. Teme-se que o processo de fraturamento hidráulico da rocha, necessário para a retirada do gás não convencional, possa gerar contaminação do lençol freático e até provocar terremotos. Há pouca evidência até o momento de que o fraturamento possa de fato ter efeitos nocivos, mas foram coletados indícios suficientes para atestar que poços mal feitos podem representar uma grave ameaça ambiental. Existe na comunidade internacional consenso sobre a necessidade de mais estudos sobre o impacto da prática. França e Bulgária proibiram a técnica. Segundo a AIE, agência de energia americana, o Brasil é o 10° na lista de reservas estimadas por país, com 226 trilhões de pés cúbicos, ou TCFs, na sigla em inglês. Estados Unidos (8.620 TCFs), China (1.275 TCFs) e Argentina (774 TCFs) lideram o ranking.