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Clippings - 09/10/20

Papa-Terra próximo da venda

Plataforma P-61,em Papa-Terra: campo está entre os ativos colocados à venda pela Petrobras em 2020

Petrobras e Chevron recebem ofertas e entram em contagem regressiva para anúncio dos resultados

A Petrobras deve anunciar ainda na primeira quinzena de outubro o nome da empresa que seguirá no processo de negociação final para aquisição de sua participação no campo de Papa Terra, localizado em águas profundas da Bacia de Campos.  A petroleira recebeu as propostas vinculantes do desinvestimento no dia 29 de setembro e, desde então, trabalha na analise das ofertas apresentadas.

Segundo fontes envolvidas no processo, o Crédit Agricole Corporate and Investment Bank, instituição contratada pela Petrobras para assessorar o pacote de desinvestimento de Papa Terra, teria informado que o resultado preliminar seria divulgado duas semanas após o recebimento das propostas. A petroleira está vendendo sua parcela de 62,5% no ativo, repassando também a posição de operadora.

Os nomes das empresas que disputam o processo estão sendo mantidos em sigilo. No mercado, as especulações se voltam para a Ouro Preto, que está em processo de fusão com a 3R, PetroRio, BW Offshore e outras empresas de médio porte.

Parte Chevron

Além da parcela da petroleira brasileira, os outros 37,5% de participação da Chevron no campo de Papa-Terra também estão na mesa de negociação. A companhia norte-americana recebeu as propostas vinculantes do seu processo no dia 15 de setembro e, desde então, analisa as ofertas.

A Chevron só deve finalizar o seu processo depois que a Petrobras confirmar o nome da empresa que deverá assumir a operação do campo. A percepção interna é de que a informação é fundamental para evitar eventuais problemas e descartar o risco de possíveis disparidades de ofertas entre as duas transações.

O entendimento é que as empresas participantes possuem interesse em aguardar o resultado da Petrobras, seja para saber quem será o operador do projeto ou para confirmar se as ofertas apresentadas garantem a totalidade do ativo. A menos que uma mesma empresa vença os dois processos, não resta dúvida que o novo sócio minoritário irá querer saber, previamente, quem será o futuro operador do ativo.

Antes das propostas finais, a Chevron recebeu ofertas não-vinculantes para a venda de Papa-Terra no final de julho. O Bank of America conduz a operação de venda da parcela da petroleira norte-americana no ativo.

A Chevron e a Petrobras já adiaram os prazos de entrega das propostas firmes mais de uma vez. Antes da data final, as duas empresas chegaram a agendar os recebimentos das ofertas para o dia 15 de setembro, mas a petroleira brasileira transferiu seu prazo para duas semanas depois.

Incertezas

A expectativa em torno do resultado dos processos de venda do campo de Papa-Terra é grande, diante do grau de complexidade do projeto, localizado em lâmina d´água de 1,2 mil m. Especialistas do setor não projetam que o desinvestimento atraia um número expressivo de interessados.

Embora conte com duas unidades, a P-61 – única TLPW instalada no Brasil e equipada com uma sonda afretada de apoio (TAD –Tender Assisted Drilling) – e o FPSO P-63, capacitado para produzir 140 mil barris/dia de óleo e comprimir 1 milhão de m³/dia de gás, o ativo produz, hoje, apenas 22,5 mil barris/dia de óleo e um pequeno volume de gás, extraídos através de sete poços.

O campo foi descoberto em 2003 e colocado em operação em 2013. O contrato de concessão de Papa-Terra expira apenas em dezembro de 2032.

Sem aderência ao portfólio, a saída das duas companhias do campo de Papa-Terra era dada como certa há alguns anos. O road-show da Chevron para Papa-Terra foi aberto em fevereiro, mesmo mês em que a Petrobras divulgou ao mercado seu teaser do projeto.

A venda do campo marca o segundo farm-out da petroleira norte-americana em um ativo de produção no Brasil, já que em 2019 o grupo vendeu sua participação em Frade para a PetroRio. O projeto também produzia um volume muito aquém da capacidade de suas instalações offshore.

A Chevron vem redirecionando e concentrando suas atividades de E&P no Brasil para o pré-sal.

Fonte: Revista Brasil Energia