A exploração de uma nova fronteira requer mais tempo do que a marca média da empresa, segundo a diretora de Exploração e Produção da Petrobras, Sylvia Anjos

A diretora de Exploração e Produção da Petrobras, Sylvia Anjos, acredita que o prazo de cinco meses para perfurar o primeiro poço em águas profundas da Bacia da Foz do Amazonas é o mais seguro, mas é possível que o trabalho seja concluído “um pouco antes”. Desde que recebeu a licença do Ibama para perfurar o poço Morpho, a Petrobras tem informado que deve demorar cinco meses na perfuração.
Em entrevista coletiva nesta sexta-feira, 7, no entanto, Anjos admitiu que o prazo pode ser antecipado. Ainda assim, ela argumentou que a exploração de uma bacia de nova fronteira requer mais tempo do que as demais, como o pré-sal, onde a Petrobras leva 35 dias para perfurar um poço.
“Esse é um poço pioneiro, numa área nova. Então a gente se reveste de mais cuidados. Poço pioneiro é isso. A empresa vai numa área em que estima o que existe, mas não necessariamente vai ter o planejado. E também qualquer imprevisibilidade se gasta um pouco mais de tempo, mas, de qualquer forma, os 35 dias do pré-sal é para uma área bastante amadurecida”, afirmou Anjos.
Ela lembrou que o poço de Morpho está sendo perfurado a mais de 7 mil metros de profundidade, com uma lâmina d’água de quase 3 mil metros e que possui uma coluna de rocha maior do que a do pré-sal. “A gente até acha que pode ser um pouco antes (do que cinco meses), mas esse é um prazo que a gente vê com mais segurança”, complementou a diretora.
Questionada se a queda dos investimentos em exploração no último trimestre tem a ver com falta de licenciamento ambiental, Anjos respondeu que eles estão alinhados ao que tem sido investido nos últimos cinco anos.
“Mas não posso dizer que não tem alguma ligação com as licenças. É claro que, se tivesse licença para todos os poços, ele seria mais ousado. Mas, dentro do que estamos planejando, o investimento está alinhado com o que fizemos em 2025 e pretendemos fazer em 2026. Não teve crescimento, mas creio que vamos atingir todas as metas de perfuração de poços que temos planejado”, afirmou a diretora.
Fonte: Revista Brasil Energia