Pernambuco também poderá ter o seu pré-sal. Pelo menos é o que sinalizam as primeiras interpretações dos estudos sísmicos realizados por pesquisadores da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), sob encomenda do consórcio Petrobras-Petrogal, que adquiriu em 2007 três blocos na bacia Pernambuco-Paraíba, durante a 9ª rodada de licitação de áreas de exploração da ANP. A confirmação da existência de petróleo submerso na costa pernambucana ainda deve demorar a acontecer, porque o consórcio tem até 2015 para apresentar os resultados da exploração.
“As informações ainda são muito preliminares, mas a interpretação das linhas da sísmica 2D realizadas pela universidade mostra a presença de rochas geradoras e rochas reservatório (condições imprescindíveis para a existência de petróleo) na costa de Pernambuco, entre os municípios de Recife e São José da Coroa Grande”, afirma o vice-coordenador do curso de geologia da UFPE, José Mário de Lima Filho, que participou do grupo de pesquisadores responsável pela reinterpretação das sísmicas. A UFPE fechou convênio de R$ 3 milhões para interpretar os resultados das sísmicas 2D.
O pesquisador da UFPE adianta que as pesquisas de exploração também apontam para a existência de camadas de sal na região. “Acreditamos que esses estudos vão quebrar o paradigma de que em Pernambuco não tem petróleo. Temos várias bacias sedimentares no Estado, tanto no mar como em terra. Levantamentos geoquímicos realizados pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) mostram a existência de óleo leve em três locais”, destaca Lima Filho.