Gabrielli, no entanto, diz que exploração de mina de potássio no Amazonas depende de avaliação de consultoria
O presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, informou ontem que qualquer decisão sobre a mina de potássio de Fazendinha, no Amazonas, dependerá da avaliação feita pela consultoria que está sendo contratada pela estatal. O executivo não negou a possibilidade de a estatal voltar a atuar na mineração, como quer o governo, mas disse que é cedo para qualquer decisão nesse sentido.
Não podemos decidir nada enquanto não finalizarmos uma avaliação, disse Gabrielli, em entrevista após palestra no Clube de Engenharia do Rio. A empresa está concluindo processo licitatório para contratar empresa especializada para análise técnico-econômica da jazida, descoberta na década de 70, mas abandonada por falta de economicidade na época. O trabalho vai focar aspectos econômicos e alternativas de produção do potássio.
As reservas, estimadas inicialmente em 1,1 bilhão de toneladas, estão no município de Nova Olinda do Norte, na região do Baixo Rio Madeira. O Brasil importa atualmente 92% do potássio que consome e, diante da escalada dos preços internacionais, há grande pressão do governo, principalmente do Ministério da Agricultura, para retomada das atividades na região, que os defensores da mineração na Amazônia dizem que a produção de fertilizantes vai contribuir para a melhorar a produtividade das terras aradas, reduzindo o desmatamento. A bacia se estende por mais de 400 quilômetros na região do encontro dos Rios Madeira e Amazonas.
Em reportagem publicada domingo, o Estado informou que a mineradora Potássio do Brasil, de capital canadense, trabalha para iniciar, ainda este mês, primeiro poço exploratório na bacia de potássio da Amazônia em mais de 30 anos. A empresa aguarda a sonda de perfuração, que está no Chile, para iniciar as atividades. Se confirmar o potencial da jazida, prevê investimento de USS 2,5 bilhões nos próximos sete anos.
A Potássio do Brasil pertence ao mesmo grupo da Falcon Metais, que venceu concorrência da Petrobrás para a transferência da mina de Fazendinha. O processo, porém, foi suspenso no fim do ano passado, em um claro sinal de que o governo pretende manter soberania sobre a exploração do mineral. Logo após o destrato, a Falcon adquiriu três concessões vizinhas à da Petrobras, onde a Potássio do Brasil iniciará a pesquisa.