
Companhia propõe estratégia à ANP para retirar os nove FPSOs dos ativos nas bacias de Campos
A Petrobras está trabalhando para antecipar a desinstalação das plataformas flutuantes previstas em seu atual plano de descomissionamento. Entre as prioridades estão as unidades de produção dos campos de Marlim e Voador, na Bacia de Campos.
Em ofício submetido à ANP, a petroleira propôs enviar, primeiro, os planos de desativação de instalação (PDIs) para os nove FPSOs dos ativos (P-33, P-26, P-32, P-37, P-18, P-19, P-20, P-35 e P-47), envolvendo as atividades de pull-out dos risers, desancoragem e destinação, a fim de agilizar o processo de retirada da locação.
“Nesse contexto, indicaríamos a emissão de um PDI já executivo para o escopo UEP. Adicionalmente, indicaríamos a emissão de um PDI unificado para todo o sistema submarino, logo em sequência, relacionado a essas unidades, visto a sinergia e otimização para as análises”, explicou a companhia.
O plano de negócios 2020-24 da Petrobras prevê a retirada dos quatro primeiros FPSOs em 2021 e das plataformas P-18, P-19, P-20 e P-35 em 2024. A P-47 não aparece no plano. No lugar dessas unidades, a companhia colocará dois novos FPSOs para revitalizar Marlim: o Anita Garibaldi, fretado pela Modec, e o Anna Nery (Yinson).
As demais unidades flutuantes com descomissionamento previsto no período são as semissubmersíveis P-12 – cuja desinstalação foi iniciada recentemente –, P-15, P-07 e os FPSOs Piranema, ainda em 2020, e Capixaba, em 2022.
As plataformas fixas que constam do plano são as três do campo de Cação (2020), Oeste de Ubarana (2023) e Biquara (2024).
No documento enviado à ANP, a Petrobras assinala que, diante do cenário de incertezas, é natural que haja alterações em sua carteira de projetos, até pela busca de alternativas de continuidade operacional ou desinvestimento para alguns dos ativos que, em uma primeira análise, entrariam em cenário de descomissionamento nos próximos anos.
“Desta forma, para que possamos atender ao Art. 64, propomos apresentar o cronograma com as plataformas que planejamos protocolar PDI com antecedência inferior a 5 anos em relação a sua parada de produção, com uma previsão trimestral para o horizonte até o final de 2021, com a prioridade para a companhia e uma visão mais macro, anual (para plataformas flutuantes) e bianual (para plataformas fixas), para os demais projetos no horizonte 2025”, sugere.
Parte da nova resolução de descomissionamento (ANP 817/2020), o artigo a que se refere a petroleira estabelece que os casos de instalações de produção com previsão de descomissionamento em prazo inferior aos estabelecidos para a apresentação do EJD (Estudo de Justificativas para o Descomissionamento) e do PDI serão tratados individualmente.
Em resposta, a Superintendência de Segurança Operacional e Meio Ambiente da ANP disse estar de acordo com a proposta de apresentação de um cronograma preliminar descomissionamento e com a saída das nove plataformas de Marlim e Voador, desde que seja enviado, juntamente aos PDIs, o cronograma de abandono definitivo dos poços nos respectivos campos ou seu monitoramento.
Fonte: Revista Portos e Navios