A chamada é voltada ao afretamento de unidades no modelo de contratação BOT (build-operate-transfer). A empresa não informou as plataformas envolvidas, mas há expectativa de que serão lançadas nos próximos dias as concorrências para os projetos de Albacora e Sergipe Águas Profundas.
A Petrobras está no mercado tentando atrair fornecedores para licitações de afretamento de FPSOs no modelo de BOT (build- operate-transfer, na sigla em inglês). A estatal definiu o dia 31 deste mês para as empresas interessadas se pré-qualificarem para concorrências que estão por vir. A diretora de Exploração e Produção da estatal, Sylvia Anjos, afirmou recentemente que a expectativa é lançar bids até o fim do mês. A expectativa é de que a diretoria aprove o lançamento do edital nas próximas reuniões.
O escopo da pré-qualificação envolve o fornecimento integrado de unidades produtoras de óleo e gás do tipo FPSO, englobando as etapas de projeto, suprimento, construção ou conversão e comissionamento, associadas aos serviços de operação e manutenção.
A Petrobras, no entanto, não especificou os FPSOs envolvidos. O mercado está preparado para participar de duas licitações – para os projetos de Sergipe Águas Profundas I e II, que vão demandar duas unidades, e para a revitalização do campo de Albacora, localizado na Bacia de Campos. Outra concorrência está no mercado, mas para buscar a construtora de uma unidade própria da estatal, para os campos de Marlim Leste e Marlim Sul.
A especificidade da pré-qualificação que a Petrobras faz agora é o retorno ao modelo BOT. Essa é uma tentativa da empresa de fazer andar licitações que não estavam saindo do papel. Três ficaram sem interessados neste ano. Além de Albacora e SEAP I e II, Barracuda-Caratinga teve que ser relançada até receber uma proposta. A Petrobras mantém conversas, atualmente, com a indiana Shapoorji.
A adoção do BOT resolve o problema do mercado fornecedor de falta de acesso a financiamento, já que, na construção dos FPSOs, não será necessário que essas empresas tirem dinheiro do próprio bolso durante a obra. Os pagamentos passam a ser feitos pela petrolífera à medida que a construção avança. Em contrapartida, diferentemente do que acontece num afretamento tradicional, a operação do FPSO é assumida num intervalo de tempo menor, de cinco a sete anos. Passado esse prazo, a estatal assume a unidade.
Anjos informou, no início desta semana, que a Petrobras prioriza a adoção dos BOTs em vez das aquisições próprias por EPC. As contratações para Marlim Sul e Leste são uma exceção, porque o cronograma dos projetos não está atrasado. A empresa tem mais pressa com SEAP I e II e com Albacora.
Presidente da estatal, Magda Chambriard afirmou, no entanto, em coletiva de imprensa recente, que não vai aceitar a cobrança de valores muito elevados, na casa dos US$ 4 bilhões, oferecidos nas concorrências anteriores.
A pré-qualificação atual está aberta a empresas com experiência de mercado, que tenham fornecido um FPSO nos últimos 15 anos. O prazo é extenso e, dificilmente, qualquer uma das fornecedoras do setor não atende esse critério.
A Petrobras exige também que a fornecedora interessada deve operar pelo menos uma plataforma offshore, com planta de processamento de óleo de capacidade igual ou superior a 60 mil barris de óleo por dia. O conjunto das exigências não é difícil de ser cumprido, segundo fontes do setor.
Fonte: Revista Brasil Energia