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Clippings - 28/04/25

Petrobras contrata primeiro drone para operar entre plataformas em 2026

Empresas disputam concorrência para operar serviço remoto de transporte de materiais entre as unidades produtivas da estatal; tecnologias estão sendo testadas, pelo mar e pelo ar

Teste de uso do drone entre plataformas (Foto Divulgação)

A Petrobras quer ampliar o uso de drones em suas operações, principalmente, no transporte de materiais entre plataformas. Ainda que a atividade logística totalmente robotizada e operada remotamente seja, por enquanto, cercada de inseguranças regulatórias, a petrolífera espera iniciar 2026 com um projeto piloto, contratado de ao menos uma empresa. 

Três operadoras – TideWise, XMobots e Omni Aviação – vão apresentar propostas de modelo de serviço em junho deste ano. A ideia é que os equipamentos sejam das terceirizadas e não adquiridos diretamente pela estatal, apesar de o trabalho de testes e avaliação das tecnologias estar sendo liderado pelo centro de pesquisas da Petrobras, o Cenpes, e pela área de Exploração e Produção. 

Ainda não há uma definição de quantos veículos vão ser contratados e nem dos modais que vão ser escolhidos. A opção marítima tem a vantagem de suportar o transporte de até 150 kg. Já as aeronaves são mais ágeis. A expectativa é de que, no médio prazo, após testadas todas as tecnologias, seja feita uma contratação mista, com cada modal atendendo uma demanda particular. 

Os drones devem ser usados, principalmente, no transporte de carga leve entre plataformas próximas, num raio de distância de 10 km a 20 km entre elas, uma prática recorrente no dia-a-dia da operação dos campos. Hoje, essa atividade é feita por meio de helicópteros e barcos de apoio. 

“Por vezes, a gente tem materiais críticos, que faltam numa unidade e podem até acarretar a parada de produção, que precisam ser movimentados rapidamente. Tendo mais prontidão, consigo gerar valor ao negócio”, afirmou à Brasil Energia Mauricio de Miranda Cordeiro Junior, engenheiro de Equipamentos do Cenpes, ressaltando que o prazo de execução de um transporte de material pode ser reduzido de dias para horas, com o uso de drones. 

“É claro que existem fatores que precisam ser observados, como as condições de tempo, velocidade de vento, porque os equipamentos têm limitações para operar. As embarcações de superfície (drones marítimos) têm limitações de altura de onda. Tudo isso pode ser um fator impeditivo”, ressaltou. 

Por enquanto, o projeto de substituir parte de aeronaves e barcos de apoio por drones está em teste. Eles começaram em 2024 e continuam neste ano. Os primeiros acordos, no entanto, aconteceram em 2023, quando foram assinados três contratos públicos de solução inovadora, uma licitação especial para avaliar tecnologias. Somente depois da análise de uma comissão de especialistas, será definida a viabilidade da formação dos contratos de prestação do serviço. 

Em novembro do ano passado, a Petrobras testou, com a TideWise, o transporte marítimo de materiais de segurança entre as plataformas P-48 e P-43, no complexo Barracuda-Caratinga, a 160 km de Macaé (RJ), na Bacia de Campos. 

Em março deste ano, foi realizado outro teste, com a XMobots, mas com drone aéreo, entre a P-74 e a P-75, no campo de Búzios, no pré-sal da Bacia de Santos. Um novo teste aéreo deve acontecer nos próximos dias, com a Omni.

No teste marítimo, foi usado o drone W TUPAN I e foi criado um modelo de operação especificamente para o lançamento e içamento da embarcação, o LARS (launch and recovery system). Já no segundo teste, foi utilizada uma aeronave remotamente pilotada (RPA) classe 2, com peso máximo de decolagem de 150 kg, que transportou um rolamento, num voo de cerca de meia hora.

Fonte: Revista Brasil Energia