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Clippings - 25/11/16

Petrobras deve enviar plataformas descomissionadas para a Ásia

A Petrobras deve optar por enviar suas plataformas que forems descomissionadas para a Ásia devido a restrições ambientais no Brasil. Um dos principais entraves é que o Ibama não permite que unidades offshore que tenham Coral Sol em sua estrutura sejam deslocadas para a costa brasileira.

“Isso é um problema econômico, pois há toda uma indústria naval que não poderá trabalhar com essas plataformas aqui no Brasil”, disse Eduardo Dutra, engenheiro da Petrobras, durante apresentação na UFRJ nesta quinta-feira (24/11).

A ideia inicial da companhia era vender as unidades descomissionadas por meio de concorrência, transferindo a etapa de retirada da plataforma da locação para terceiros. A estratégia, contudo, não vem sendo bem sucedida. A P-27, por exemplo, foi a leilão duas vezes, sendo que, na primeira concorrência, não houve interessados e, na segunda, a proposta apresentada estava abaixo do preço mínimo.

“Há muitas incertezas da parte de quem está comprando; tem um custo elevado de transporte. Me parece que a melhor alternativa é destinar a plataforma para um estaleiro, com um custo somente da Petrobras e então desmantelar ou sucatear. Mas, pelo visto, não no Brasil”, afirmou Dutra.

Desafios

Uma outra opção é deitar as plataformas no fundo do mar para a criação de recifes artificiais, como já acontece nos Estados Unidos. A Petrobras, no entanto, não deve adotar a estratégia, pois teria que monitorar a estrutura.

Entre os desafios para o descomissionamento atualmente estão questões como a definição do tipo de embarcação que fará o içamento dos equipamentos; a sobreposição de linhas submarinas; a integridade de equipamentos antigos e incertezas quanto à real dimensão do inventário submarino, o que dificulta a projeção da capacidade necessária para seu transporte e destinação.

“A gente não identifica ainda uma indústria hoje com capacidade para receber todo o material que vamos descomissionar nos próximos anos”, admitiu o engenheiro.

Cação

Dutra integra a gerência de Descomissionamento da Petrobras, criada há cerca de três meses com o objetivo de iniciar uma gestão integrada para os projetos. O objetivo é otimizar ao máximo o descomissionamento de plataformas.

“Estamos vendo qual é a melhor estratégia: se é com as plataformas individualizadas, com um contrato para um grande campo, ou se será com um contrato para vários campos”, explicou Dutra.

Atualmente, a avaliação técnica para descomissionar cada ativo leva cerca de dois anos. A estimativa é que o custo para a atividade em cada equipamento corresponda a cerca de metade do valor gasto para a instalação, sendo que o abandono de poços normalmente é o principal gasto do processo.

Recentemente, a Petrobras descomissionou uma plataforma no campo de Cação, na Bacia do Espírito Santo. O convés da plataforma já foi removido, e a retirada da jaqueta do fundo do mar deve ocorrer a partir de março do ano que vem.

Em dezembro, as plataformas P-15 e P-33, nos campos de Piraúna e Marlim, terão a produção interrompida. Apesar do processo de descomissionamento ainda não ter sido aprovado pelo Ibama, a companhia já começou o abandono de poços. A previsão é que a desconexão das linhas flexíveis conectadas às plataformas leve um ano para ser concluída. O destino das unidades ainda está indefinido.