Marco consolida nova etapa da retomada operacional da planta, que está em fase de partida dos sistemas para a operação plena

A Petrobras realizou, na última semana, a entrega do primeiro lote de ARLA 32 (Agente Redutor Líquido Automotivo), na Araucária Nitrogenados S.A. (Ansa), subsidiária integral da companhia, segundo comunicado divulgado pela estatal nesta quarta-feira (13). Essa é a primeira entrega de um produto da Ansa ao mercado após a hibernação da planta, em 2020, além de representar a retomada da produção nacional do ARLA 32 pela Petrobras.
O ARLA 32 está sendo produzido por meio de um contrato de industrialização por encomenda da Yara, que é responsável pelo fornecimento da ureia e pela comercialização do produto final, conforme acordo assinado pelas duas companhias e comunicado ao mercado em novembro de 2024. Os testes e o início da produção começaram em junho deste ano.
A Petrobras tentou vender a Ansa duas vezes, em 2017 e 2020, mas não conseguiu. Depois da aprovação do retorno das atividades operacionais, em junho de 2024, a fábrica passou por um conjunto de intervenções de manutenção, visando assegurar a integridade dos equipamentos e a adequação da planta para a retomada da produção. A partida da planta de ureia está prevista para os próximos dias.
“É um grande marco por ser a primeira expedição da produção da Ansa desde 2020. Um passo importante para a consolidação das nossas operações e retomada plena da fábrica”, disse o diretor industrial da Ansa, Marcelo dos Santos Faria, segundo o comunicado.
“A parceria entre Yara e Ansa abre novas perspectivas para um mercado em crescimento, impulsionado pela ampliação da frota a diesel e pelo avanço das exigências ambientais”, afirmou César Ribeiro, gerente comercial da Yara, também segundo o comunicado.
A expectativa é alcançar uma produção mensal de 3 milhões de litros, com as primeiras entregas destinadas aos estados do Paraná e Santa Catarina.
O que é ARLA 32?
O ARLA 32 é uma solução aquosa de ureia utilizada em veículos a diesel para reduzir as emissões de óxido de nitrogênio (NOx), um dos poluentes mais prejudiciais ao meio ambiente. O produto atua no sistema de escape, transformando os NOx em nitrogênio e vapor de água, que são inofensivos.
Conforme previsto no acordo entre as duas empresas, a Ansa recebe da Yara ureia com baixo teor de biureto e, utilizando sua tecnologia, é feita a mistura com água desmineralizada, resultando em uma solução de alta pureza, com concentração de 32,5%.
Petrobras pretende investir R$ 6 bilhões no segmento de fertilizantes no quinquênio
A Petrobras prevê investir R$ 6 bilhões no segmento de fertilizantes no quinquênio, incluindo projetos em estudo. Desse total, R$ 870 milhões são voltados para a retomada das atividades da Ansa.
A estimativa é que a fábrica inicie sua operação plena no início do segundo semestre de 2025. Atualmente, a planta está em processo final de manutenção dos equipamentos para o início das atividades e já iniciou a produção do ARLA 32.
Situada ao lado da Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), no estado do Paraná, a Ansa tem capacidade de produção de 720 mil t/ano de ureia, o que corresponde a 8% do mercado; 475 mil t/ano de amônia; além de 450 mil m³/ano do ARLA 32.
As operações da Ansa, Fafen-BA, Fafen-SE e Unidade de Fertilizantes Nitrogenados (UFN-III), quando totalmente concluídas, atenderão a cerca de 35% da demanda nacional de ureia, além de amônia e ARLA 32. Segundo a apuração da Brasil Energia, o retorno da produção das Fafens será em novembro, enquanto a UFN-III está prevista para 2028.
Fonte: Revista Brasil Energia