unitri

Filtrar Por:

< Voltar

Clippings - 18/09/25

Petrobras estima FID do projeto-piloto de CCS neste semestre

O projeto-piloto de CCS São Tomé, pioneiro no Brasil, está previsto para ser instalado no norte do estado do Rio de Janeiro. Se aprovada, a planta – que poder armazenar cerca de 100 mil tCO₂/ano – deve iniciar sua operação em 2028

Projeto-piloto de CSS São Tomé (Imagem: Divulgação Petrobras)

A Petrobras pretende tomar a decisão final de investimento (FID) para o projeto-piloto de CCS (sigla para carbon capture and storage) São Tomé, previsto para ser instalado no norte do estado do Rio de Janeiro, neste semestre. O objetivo é iniciar a operação da planta, que terá capacidade para armazenar 100 mil toneladas de CO₂ por ano, no primeiro trimestre de 2028.

O nome São Tomé vem do reservatório salino escolhido para o armazenamento. O CO₂ que vai ser injetado no reservatório será proveniente das unidades de remoção de CO₂ do gás natural do polo pré-sal da Bacia de Santos, que estão localizadas na Unidade de Tratamento de Gás de Cabiúnas (UTGCAB), em Macaé.

Essa corrente será tratada e movimentada através de um duto para a Estação de Barra do Furado, localizada no município de Quissamã. Em seguida, será injetada e armazenada definitivamente no reservatório salino.

“Esse reservatório tem características estratigráficas e de salinidade presentes em diversas formações geológicas no Brasil, o que permitirá que as informações obtidas com a operação do projeto-piloto de CCS sejam utilizadas futuramente em projetos definitivos de hub de CCUS (carbon capture, utilization and storage)”, explicou a Petrobras à Brasil Energia.

Com a experiência adquirida no projeto-piloto de CCS São Tomé, a ideia é implementar um outro projeto, de maior escala, também no Rio de Janeiro. A estimativa inicial é que o hub de CCUS do Rio de Janeiro, quando em operação, possa contribuir para evitar emissões geradas não só pelas operações da Petrobras, mas também por outros segmentos como indústria de cimento e siderúrgicas do Rio de Janeiro.

No momento, o hub de CCUS do Rio de Janeiro está em fase conceitual. “Estão sendo avaliadas as alternativas para o projeto. O foco são as principais fontes de emissão de CO₂ do estado do RJ com oportunidades para refino, cimento, siderurgia, entre outros”, explicou a Petrobras.

O piloto de CCS São Tomé é um projeto de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I) da Petrobras, estando atualmente na etapa de planejamento. A planta contará com parcerias com universidades e institutos de pesquisas para realização dos monitoramentos previstos ao longo da fase de execução e operação. A Petrobras já tem orçamento previsto para o projeto e o valor final será definido para aprovação do FID.

Histórico

O projeto foi anunciado ao mercado em maio de 2023, durante a OTC (Offshore Technology Conference) 2023. Na época, o gerente executivo de Reservatórios da Petrobras, Tiago Homem, afirmou que a iniciativa vai contribuir não apenas para testar tecnicamente as soluções de CCS, mas também para ajudar o país a construir um arcabouço regulatório que fomente este tipo de projeto. A regulação é um dos principais desafios para o desenvolvimento de CCS no Brasil, assim como a busca por aquíferos salinos com capacidade de armazenar grandes volumes de CO₂, segundo o executivo.

Posteriormente, durante a COP-28, em dezembro do mesmo ano, a estatal assinou um protocolo de intenções com o Governo do Estado do Rio de Janeiro para a avaliação conjunta da implementação de projetos-piloto de hub de captura e armazenamento de CO₂ no estado do Rio de Janeiro. O acordo inclui também a análise de soluções de descarbonização combinadas ao CCUS, como o hidrogênio de baixo carbono.

Fonte: Revista Brasil Energia