Produção de on-demand ocean bottom nodes (OD OBN) foi iniciada no Senai Cimatec Park, em Camaçari (BA), em julho, em parceria com a Shell e Sonardyne e por meio da cláusula de PD&I da ANP. A expectativa é que sejam fabricados 660 nós sísmicos até fevereiro

A Petrobras iniciou em julho, pela primeira vez no Brasil, a fabricação de nós sísmicos submarinos OD OBN (on-demand ocean bottom nodes), utilizados no monitoramento sísmico de campos marítimos, especialmente os do pré-sal. Até então, a companhia dependia exclusivamente da importação desses equipamentos para mapear as camadas geológicas do subsolo.
A produção do OD OBN ocorre no Senai Cimatec Park, parque tecnológico localizado em Camaçari (BA), em um projeto desenvolvido em parceria com Shell e Sonardyne por meio da cláusula de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I) da ANP. A Sonardyne, fabricante do equipamento, emprega cerca de 60 trabalhadores brasileiros na planta de produção.
A fase de pesquisa e desenvolvimento foi iniciada em 2018. O protótipo brasileiro foi testado no campo de Búzios, no pré-sal da Bacia de Santos, em fevereiro deste ano, e gerou resultados promissores, segundo a Petrobras.
A estatal investiu cerca de R$ 200 milhões na tecnologia, aproximadamente metade do custo total do projeto. A expectativa é fabricar 660 nós sísmicos até fevereiro de 2026.
Ainda de acordo com a companhia, muitos dos equipamentos desenvolvidos no Brasil para os nós OD OBN foram criados de forma pioneira e com tecnologia inédita na América Latina, e devem impulsionar a manufatura de sensores sísmicos de alta precisão.
“Inovações como esta mantém a empresa na vanguarda tecnológica da indústria, com operações nos campos do pré-sal de baixo fator de emissão de carbono”, disse a diretora de Engenharia, Tecnologia e Inovação da Petrobras, Renata Baruzzi, segundo o comunicado.
O que é a sísmica OD OBN?
A tecnologia OD OBN registra ondas sísmicas propagadas e refletidas nos reservatórios de petróleo ao longo das campanhas sísmicas que, processadas por supercomputadores, melhoram a predição em novas fronteiras exploratórias, o posicionamento de poços injetores e produtores, o volume recuperado e a sustentabilidade dos campos de petróleo em produção.
A tecnologia, ao diminuir o tempo de operação dos nós, que permanecem por até cinco anos no leito marinho, também reduz o impacto ambiental das atividades operacionais de sísmica offshore, tanto no consumo de combustível fóssil quanto nas emissões de gases de efeito estufa.
Com esses nós submarinos, a sísmica 4D funcionará como uma radiografia do interior da Terra em diferentes momentos, abrindo novas perspectivas para campos em produção. Ideal para águas profundas, a sísmica 4D, diferente dos métodos tradicionais, reduz interferências e melhora a qualidade das imagens.
Nas últimas duas décadas, a Petrobras tem utilizado a sísmica 4D para otimizar novas perfurações de poços em regiões ainda não produzidas, com o objetivo de aumentar o Fator de Recuperação, especialmente nas bacias de Campos e Santos.

Foto: Agência Petrobras