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Clippings - 23/05/25

Petrobras instala impressoras 3D em plataformas para evitar paradas de produção

A petrolífera está construindo um parque próprio de fabricação de peças para reduzir custos logísticos e suprir lacunas em estoque, que deve ficar 20% menor com a nova solução. A economia de custo é na mesma proporção

Volante de válvula produzido em 3D na plataforma offshore (Foto: Divulgação Petrobras)

A Petrobras quer ter uma impressora 3D em cada uma das plataformas que opera para imprimir equipamentos em falta no mercado, que poderiam levar meses para serem entregues. Vinte delas já estão funcionando. A tendência é, com a nova solução, reduzir os estoques em até 20%. Mas esse número pode ser ainda maior se o Brasil conseguir desenvolver uma cadeia fornecedora de equipamentos com entrega de curto prazo, produzidos em impressoras. 

“A empresa levaria muitos meses para conseguir uma peça de um equipamento obsoleto e, a partir de um trabalho muito focado, com a impressora 3D, é possível resolver em uma ou duas semanas. Há uma economia de custo logístico e de armazenagem. A gente fala num ganho de 10% a 20% em cinco anos. E podemos falar também na receita que deixa de ser perdida porque não há a perda da produção (com a parada de uma plataforma)”, afirmou à Brasil Energia Cezar Augusto Monteiro Siqueira, gerente-geral de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação em Desenvolvimento da Produção do Centro de Pesquisa da Petrobras, o Cenpes. 

Cerca de R$ 90 milhões foram reservados pela empresa para a área e devem ser consumidos até 2026, dos quais R$ 8 milhões serão gastos apenas em 2025. O dinheiro está inserido no programa de Pesquisa e Desenvolvimento gerido pela ANP. O foco do projeto é produzir peças pequenas e médias, de metais e polímeros. No médio prazo, a ideia é criar uma biblioteca digital digital, com toda informação de cada peça que for digitalizada, impressa e testada.

“Essa é uma indústria bem estabelecida na Alemanha, Itália, Japão e Coreia do Sul. No Brasil, estamos num estágio anterior. Estamos começando a construir essa nova indústria”, contou Siqueira.

Para desenvolver o segmento de impressão 3D, o primeiro passo, segundo Siqueira, é aprender a aplicar esse tipo de solução, treinar os profissionais e sinalizar para o mercado a existência da demanda, para assim fomentar a cadeia fornecedora. Por enquanto, a petrolífera está criando um pequeno parque de equipamentos. Mas, para o futuro, estão sendo pensados modelos de negócios. 

Não há uma definição, por exemplo, se a empresa vai ser dona das impressoras ou se vai comprar as peças de fornecedores. Atualmente, estão sendo instaladas impressoras nas plataformas para produzir peças mais simples. 

“A gente está começando esse movimento. Não são peças metálicas ainda, apenas poliméricas, que já atendem boa parte do escopo que a gente identifica como importante. O momento é de experimentar. E, para isso, a gente precisa da infraestrutura que vai suportar o processo de maturação da demanda”, afirmou Siqueira. 

A Petrobras mantém no Cenpes um laboratório, com impressoras mais complexas do que as das plataformas e que são usadas para atender demandas das unidades produtoras em alto mar. Existem também uma infraestrutura no Senai que atende à estatal. 

“É óbvio que a indústria só vai surgir se houver demanda. Então, nesse momento, a gente está amadurecendo a demanda, para que a gente possa efetivamente ir para o mercado e o mercado se estruturar para oferecer”, disse Siqueira.

Fonte: Revista Brasil Energia